terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Filme sobre criador do Facebook é destaque entre as indicações ao Globo de Ouro 2011
A Rede Social, filme que conta a trajetória da dupla criadora do site de relacionamento Facebook, se destacou entre as indicações da 68ª edição do prêmio Globo de Ouro, que acontece no próximo dia 16, em Los Angeles.
Os indicados foram anunciados na manhã desta terça-feira, 14. Katie Holmes, Josh Duhamel e Blair Underwood revelaram os concorrentes em evento realizado em Beverly Hills.
Com seis indicações, A Rede Social concorre como o melhor filme dramático, melhor roteiro, melhor ator dramático (Jesse Eisenberg), melhor ator coadjuvante (Andrew Garfield), melhor diretor (David Fincher) e melhor trilha sonora original.
O Discurso do Rei, filme sobre uma passagem da história britânica - a posse do Rei George VI durante a Segunda Guerra Mundial - é o líder de indicações, com sete no total: melhor filme dramático, melhor roteiro, melhor diretor (Tom Hooper), melhor ator dramático(Colin Firth), melhor ator coadjuvante (Geoffrey Rush), melhor atriz coadjuvante (Helena Boham Carter) e melhor trilha sonora original.
Ao lado de A Rede Social e O Discurso do Rei na disputa de melhor filme dramático também aparecem O Vencedor, O Turista e O Cisne Negro, este último com Natalie Portman no elenco. A atriz está concorrendo na categoria de melhor atriz dramática, ao lado de nomes de peso como Nicole Kidman, Halle Berry, Michelle Williams e Jennifer Lawrence.
Para os prêmios de melhor filme comédia ou musical, disputam Minhas Mães e meu Pai, Red - Aposentados e Perigosos, Burlesque, este com Cher e Christina Aguilera no elenco, e O Turista, com Johnny Depp e Angelina Jolie, sendo estes dois últimos indicados às categorias melhor ator e atriz de comédia ou musical, respectivamente.
Angelina concorre ainda com Anne Hathaway, Emma Stone e Julianne Moore e Annete Benning, que atuam juntas em Minhas Mães e Meu Pai. Já Depp está na corrida pelo Globo de Ouro ao lado de Paul Giamatti, Jake Gyllenhaal, Kevin Spacey e contra ele mesmo, já que foi indicado por dois filmes distintos, O Turista e a adaptação moderna de Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton.
Na categoria de atores dramáticos, além de Jesse Eisenberg e Colin Firth, aparecem também na disputa James Franco, Ryan Gosling Mark Wahlberg. Michael Douglas também foi destaque, concorrendo à categoria melhor ator coadjuvante por Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme. Recentemente, o ator enfrentou sessões de quimioterapia para combater um câncer na garganta.
Outro prestigiado da noite é o ator Robert De Niro, que receberá o troféu Cecil B. DeMille por sua contribuição para o cinema.
(Karen Lemos - Portal Caras)
domingo, 12 de dezembro de 2010
“Agora só faço filmes pessoais”, diz Coppola
No Brasil para divulgar seu novo filme, ‘Tetro’, cineasta ressalta paixão pela sétima arte
Quando novo, Francis Ford Coppola invejava o cineasta Ingmar Bergman (de ‘O Sétimo Selo’). Bergman, anos mais velho, passava horas na ilha de edição fazendo filmes com ideias que lhe viessem na cabeça. Era um privilégio, após tanto prestígio.
Foi com esse tom de satisfação pessoal e profissional, que o diretor de clássicos como a trilogia de ‘O Poderoso Chefão’ e o drama de guerra ‘Apocalypse Now’, em visita ao Brasil, discursou para jornalistas e estudantes na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), em São Paulo, na última quarta-feira, 1.
Na coletiva, o cineasta descreveu sua atual fase em que, segundo ele, aos 71 anos, é permitido fazer filmes como se tivesse apenas 21 anos.
“Não faço filmes por dinheiro ou para ficar famoso. Faço para aprender sobre mim mesmo, e posso dizer que é um privilégio poder acordar de manhã e poder filmar algo que escrevi. Agora, só faço filmes pessoais, de histórias com que eu possa aprender sobre”, resumiu.
“Quando você assiste a um filme pensado exclusivamente no dinheiro, parece que você já assistiu àquilo, porque a fórmula se repete”.
O encontro foi consequência do lançamento de um novo trabalho do diretor, ‘Teatro’, que estreia no dia 10 de dezembro nos cinemas brasileiros. O longa é um conflito familiar, filmado em sua maior parte em preto e branco.
“Acredito que o preto e branco seja uma maneira poética de ser realista no cinema”, descreveu.
‘Tetro’, para Coppola, é quase como um drama pessoal. Dentro da história, o foco está na relação conturbada entre dois irmãos, Tetro – quem dá título ao longa – vivido pelo ator Vincent Gallo e o jovem Bennie, interpretado por Alden Ehreinreich, talentoso ator de 17 anos descoberto por Coppola.
"Quando garoto, venerava meu irmão mais velho. Ele me parecia o mais inteligente, o mais brilhante. Queria ser como ele. Acabei me tornando mais famoso que ele, algo que sempre causou muito espanto em mim", recordou Coppola.
Passado em Buenos Aires, na Argentina, ‘Teatro’ acompanha Bennie, que vai atrás de seu irmão mais velho, que abandonou a família por conta de conflitos com o pai, um famoso maestro. Na capital latina, acaba não somente reencontrando com seu passado, mas também desvendando mistérios que sempre rondaram suas conexões familiares.
“São coisas que acontecem em muitas famílias e que tem a ver com a história da minha própria família. Nada realmente aconteceu, mas é tudo verdadeiro”, brincou.
A escolha da Argentina como cenário principal do novo filme, retrata uma ligação já antiga do cineasta com países latino-americanos, cujo elo se fortaleceu com a literatura que tanto atrai Coppola, como por exemplo, as obras do escritor brasileiro Jorge Amado.
“Gravei na Argentina também porque sempre tive uma relação afetiva com a América Latina, imaginei que o local pudesse me servir de inspiração. Sem contar que pensei ser divertido poder viver na Argentina por um tempo”.
Embora, como toda produção de Coppola que se preze, a qualidade de ‘Teatro’ seja notória, o filme foi produzido com baixo orçamento, equipe reduzida e em localidades de pouco custo – características do novo cinema “livre” do cineasta. O nível de sua direção, no entanto, é rígida, e exige alguns gastos que Coppola arrecada com os lucros da vinícola, na Califórnia, Estados Unidos, que é dono.
A vantagem é que o diretor não fica mais acorrentado a grandes estúdios para realizar seus filmes de cunho pessoal. A vinícola é também o que está bancando mais um filme do currículo o cineasta, que acaba de ser finalizado nas últimas semanas.
‘Twixt Now and Sunrise’ (ainda sem título em português), trata de contos de terror, “como uma história de Halloween, um pouco gótico, nos moldes dos contos de Edgar Allan Poe”, adiantou Coppola. A novidade é que o longa inclui duas cenas em 3D, uma forma de fazer cinema com a qual o realizador ainda está se familiarizando.
“Sou a favor do entretenimento e acredito no cinema como peça de diversão, mas desde que tenha algo pessoal em algum aspecto, algo que possa tocar”, fez questão de esclarecer. “É mais uma produção barata, mas que me dá a chance de aprender alguma coisa. Estou velho e sei que a melhor coisa da vida é poder aprender coisas novas”, completou.
O filme será estrelado por Val Kilmer e por Alden Ehreinreich (o Bennie, de ‘Tetro’). Outro projeto, desta vez com Coppola como produtor, foi finalizado este mês e deve chegar às telas em 2011. É ‘On The Road’, adaptação do cineasta brasileiro Walter Salles para o clássico literário de Jack Kerouac, autor de maior prestígio do movimento de contracultura norte-americana que ficou conhecido como ‘movimento beat’ na década de 50.
domingo, 14 de novembro de 2010
Deborah Secco: “Não enxergo minha carreira sem a Bruna Surfistinha”
Sem dúvida, "Bruna Surfistinha" é um dos filmes mais esperados. E não é só pelo grande público. Deborah Secco, a atriz escolhida para protagonizar a produção, também já não consegue esconder a ansiedade. Deborah definiu seu trabalho no filme como um divisor de águas em sua carreira, por conta da intensidade com que mergulhou dentro do universo sombrio da personagem.
O filme, com direção de Marcus Baldini, leva aos cinemas os detalhes do trabalho de uma garota de programa: Raquel Pacheco, quem dá título ao longa. Na última sexta-feira (29), o trailer do filme foi divulgado para jornalistas em evento em Florianópolis, Santa Catarina, sob muitos aplausos no final da exibição.
Baseado no livro “O Doce Veneno do Escorpião”, a obra cumpre parcialmente sua função de matar a curiosidade das pessoas a respeito do mundo das prostitutas. A protagonista, ela mesmo uma garota de programa, ganhou a vida não somente encantando os homens, mas também relatando com minuciosidade tudo o que fazia com eles.
Diante deste desafio, Deborah resolveu arriscar e se aprofundou em uma realidade que muitos fingem não existir. E a atriz não poderia passar imune à essa experiência tão visceral. “Para qualquer atriz, esse personagem é um presente. Completa e complexa. Atuei de uma forma como há muito tempo eu não atuava: quase virgem de qualquer vício, me desprendendo de tudo que já aprendi, porque tive a oportunidade de, em tão pouco tempo, trabalhar profundo e intensamente na Raquel. Isso é algo realmente excitante para um ator”, afirmou Deborah no evento para o Famosidades.
Uma pessoa conhecida, uma história popular. Antes mesmo que Deborah fosse anunciada, instalaram-se muitas expectativas sobre a adaptação cinematográfica de “O Doce Veneno do Escorpião”. Por conta disso, a produção trabalhou arduamente no projeto. Foram dois anos adaptando o roteiro e três meses de filmagens intensas, fora a pós-produção de “Bruna Surfistinha” que, ao que tudo indica, está sendo muito bem caprichada. Mas, voltando às filmagens, também não foi nada fácil gravar as cenas do longa.
“A Bruna não foi logo de cara para a prostituição de luxo. Quando ela saiu de casa, aos 17 anos, foi trabalhar em pulgueiros. Tivemos que filmar no centro da cidade, ao lado da ‘Cracolândia’ [na região do bairro da Luz, em São Paulo]. Por vezes tivemos que interromper as gravações porque ouvimos meninos de rua drogados gritando alto. A energia por lá era péssima”, recordou.
Esse universo tão rico em informações (“e muito triste também”, acrescentou Deborah), foi um prato cheio para a atriz que se embrenhou em prostíbulos e passou a viver intimamente com garotas de programa. E a vivência trouxe lições.
“Muitas coisas me impressionaram no universo delas. É um mundo chamado de ‘vida fácil’ mas que, para mim, talvez, seja a mais difícil que existe. Elas não são vilãs, elas não fazem mal a ninguém a não ser elas próprias. Fui descobrindo isso ao olhar para os olhos de cada uma delas, era um olhar vazio, já anestesiado por tantos maus tratos. Não tem nada mais grave que se auto-flagelar”, se emocionou Deborah ao lembrar.
Durante seu laboratório, a atriz se mudou para São Paulo na época da produção. Ela contou que, para entender a Raquel Pacheco, passou a viver como ela: sozinha. “Precisava conhecer o que era a solidão, o que era a falta de amor. Venho de uma família extremamente amorosa, e essa necessidade pela solidão foi algo importante para compor a Bruna”, afirmou.
Além dessa experiência, a atriz frequentou assiduamente prostíbulos e casa de striptease. Deborah não ficava com as garotas apenas quando elas subiam ao palco, dançavam ou levavam seus clientes para os quartos. “Também acompanhava elas saindo do quarto, indo se lavar, lavando banheiro; não era fácil. Percebi ali o quão guerreira essas mulheres são”.
Guerreira, corajosas, Deborah se perdeu no meio de tantas definições. Ela própria assumiu que não teria a coragem das garotas de programas que, ao aceitarem convites dos clientes, não sabem se irão voltar para casa, se irão apanhar. Mesmo assim elas vão. Por trás de cada mãe e filha que se prostitui, existe uma família e uma vida para serem sustentadas.
“Com elas aprendi a me livrar de julgamentos, de preconceitos. Tenho outra visão agora. Posso dizer que esse filme mudou completamente minha vida. Mexeu comigo de uma forma tão única, que não enxergo minha carreira sem esse marco que o filme representou”, enfatizou Deborah.
“Bruna Surfistinha” mata sim a curiosidade sobre prostituição. Mas vai além. Fala ainda das muitas vidas que existem por trás do trabalho, e o que as donas dessas vidas aprendem com a rotina depreciativa. “O que me atraiu nessa história foi justamente isso, que existe uma menina por trás da Bruna Surfistinha. Uma menina com seus dramas, tentando solucionar problemas e os desencaixes da vida”, contou Marcus Baldini, diretor do longa (foto acima)
O filme, como deu para imaginar com o depoimento do cineasta, não tem como proposta escancarar e expor a profissão das garotas de programa, apontando até onde está certo e errado dentro dessa prática.
“Ninguém está julgando, estamos apenas contando uma história. E quando contamos uma história de forma isenta, cada pessoa terá uma leitura diversa. Por isso fica complicado generalizar a reação do público. Cada pessoa terá a sua: vai ter gente que sentirá dó ou pena, outros que vão sentir raiva, alguns com nojo, enfim, reações completamente adversas”, complementou Deborah.
“Bruna Surfistinha” estreia dia 25 de fevereiro de 2011, pouco depois de a protagonista estrelar outro papel para a televisão em “Insensato Coração”, próximo novela das 21 horas escrita por Gilberto Braga. Até lá, produtores de “Surfistinha” batalham contra a censura do filme. O desejado é mínimo de 16 anos.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN Brasil)
"O Palhaço": Selton Mello dá esperança a artista em crise
Selton Mello quase enlouqueceu articulando duas funções ao mesmo tempo: a de ator e a de diretor. Enquanto gravava, era ele próprio que ajeitava o enquadramento, dava ordens aos atores e gritava "ação", ou então, "corta", quando necessário; tudo isso vestido a caráter de seu personagem.
A cena pode parecer um tanto bizarra, já que o ator dirigia maquiado, com roupas coloridas e enormes sapatos. Em "O Palhaço", Selton dá vida a um palhaço em crise, que enfrenta momentos difíceis no circo, que já não mais agrada o público como antigamente. "No entanto a crise do personagem é saudável, levando ele a dar sempre um próximo passo", contou Selton para o Famosidades, durante apresentação do filme, em Florianópolis.
Gravado parcialmente em Minas Gerais e em Paulínia, interior de São Paulo, a história do filme é, na verdade, uma comédia leve, carregada de esperança. "É feito com sonhos. A gente está precisando de um pouco de sonhos, eu acho. Quem for assistir, vai sair do cinema muito bem, com aquela sensação agradável", afirmou
Confiante na qualidade de "O Palhaço", Selton se identificou tanto com o projeto que ele mesmo pegou as rédeas e conduziu equipe de produção e atores durante as gravações do longa, para que tudo saísse do jeito que ele queria. "Foi interessante, mas foi uma insanidade ao mesmo tempo. Dirigir e atuar, e ainda vestido de palhaço? Não dá para levar a sério", brincou o ator.
Novos Projetos
Saindo do sucesso da minissérie "A Cura", Selton Mello está agora se dedicando mais ao cinema. Isso não quer dizer, no entanto, que voltar a atuar na atração, caso haja uma segunda temporada, esteja totalmente fora de cogitação.
"'A Cura' foi um trabalho muito especial mesmo. O público adorou, e a gente gostou de fazer também. Ninguém sabe se o seriado volta com nova temporada, nem me convidaram ainda. Mas, caso role esse convite, é bem provável que eu faça. Gostei muito daquela experiência", afirmou Selton.
Especulações de que o ator também iria dirigir uma nova fase da produção, contudo, são falsas. "Acredito que a minissérie já esteja bem estruturada. Ela tem sua própria linguagem. Agora, eu vou atuar e dirigir um projeto para a Rede Globo sim, mas não é 'A Cura'. Não posso dizer o que é ainda", adiantou.
Enquanto o projeto não é anunciado, Selton se divide para divulgar seus trabalhos para o cinema. O mais recente foi "Lope", de Andrucha Waddington, em que o intérprete vive um arqueiro espanhol de séculos passados. A ideia de fazer um filme falando outra língua não acanhou o ator.
"Nunca trabalhei em outra língua. Então, para mim, o desafio foi esse e queria passar por isso. Estudei muito a língua espanhola, muitos diálogos, principalmente, e ainda dei sorte, porque o filme é de época. Se fosse contemporâneo, eu estaria perdido. Teria que improvisar, estudar gírias, aí complica."
Homem de tantos talentos, Selton, recentemente, chegou a ser cogitado para integrar o elenco do SBT, que também fez convite para Ana Paula Arósio, que está na "geladeira" da Globo desde que se ausentou das gravações de "Insensato Coração", próxima novela das 21 horas. No caso de Selton, ainda não era a hora para firmar nada com a emissora de Silvio Santos.
"Chegaram a me convidar sim, mas eu não pude aceitar. Como iria aceitar se eu tenho vários compromissos com a Globo?", esclareceu.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN Brasil)
Selton Mello é apoio de Grazi Massafera em seu primeiro projeto no cinema
Um projeto nacional, gravado todo em São Cristovão, no Rio de Janeiro, vai reunir Selton Mello e Grazi Massafera nas telonas. A atriz, que agora se volta para o cinema após temporada bem sucedida na televisão, estrelará lado a lado com o fera em uma comédia que tem como proposta contar histórias do Brasil para os brasileiros.
São histórias destes brasileiros que acreditam em sonhos, como Marivalda (Grazi) e Wanderley (Selton) na trama de "Billi Pig", que começa a ser rodado a partir de janeiro de 2011. Mesmo sem prévia, o longa teve coletiva de imprensa em Florianópolis, Santa Catarina, com a presença ilustre dos atores do projeto.
Marivalda é uma aspirante a atriz que, assim como toda mulher sonhadora, almeja conquistar seu espaço no mundo do teatro, da TV e do cinema. Wanderley, um corretor de seguros falido que ganha a vida na pele de um falso padre, tenta fazer o que pode para ajudar sua mulher à alcançar seus objetivos profissionais.
"Wanderley é aquele cara que faz tudo pelo amor. Ele realmente acredita no amor que ele tem por Marivalda e, para isso, faz qualquer negócio para realizar os sonhos da pessoa amada", contou Selton em entrevista ao Famosidades.
O diferencial do filme está na inusitada participação de um porquinho de pelúcia que ganha vida e passa a falar com sua dona, Marivalda, aconselhando-a com lições de moral e alertando sobre as trapaças que seu marido vive arranjando. "Toda menina tem um sonho de ser atriz, e quando ela sonha assim, ela quer ser a melhor atriz. Marivalda não conseguiu isso ainda, falta sorte, e o personagem do Selton tenta ajudá-la de alguma forma, mesmo que isso implique em confusão", resumiu Grazi para os jornalistas.
É nesse clima de pré-produção que Selton e Grazi vêm ensaiando uma química que deve sobressair nas telas. "Eu acho que a Grazi trouxe um frescor para a história. Ela tem muita uma vontade de aprender e de se arriscar como atriz. Acho que com essa postura, nós e o filme só temos a ganhar", complementou o ator, que focou sua carreira totalmente para o cinema. Selton, para quem não se lembra, já apareceu em produções como "Meu Nome Não é Johnny", "O Cheiro do Ralo", "O Auto da Compadecida", "Mulher Invisível", entre outros.
Em sua primeira empreitada para as salas do cinema, a namorada de Cauã Reymond não vê a hora de mergulhar no universo cinematográfico, e experimentar a sensação de aparecer na telona pela primeira vez. "Cinema para mim, neste momento, é o que eu venho mais identificando. É um desafio, na verdade. E me desafiar está no meus planos", contou Grazi.
"Acho que para primeira experiência, eu estou em boas mãos. Apesar de cinema ser algo novo para mim, eu entrei com o pé direito e venho aprendendo com os melhores: Selton Mello, José Belmonte [diretor] e toda a equipe, que me deixou muito segura e tranquila durante todo o processo", acrescentou. Vale lembrar que Cauã, que atualmente vive Danilo em "Passione", já se aventurou nas telonas e se saiu muito bem. A bela deve tomar algumas aulinhas com o amado.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN Brasil)
"É um suspense-cult", define Alessandra Negrini sobre "Dois Coelhos"
Vivendo uma advogada corrupta em “Dois Coelhos”, Alessandra Negrini, uma das protagonistas do longa, afirmou que o convite para integrar o elenco enalteceu seu trabalho no cinema. “Me fez sentir uma atriz moderna”, riu Alessandra, durante entrevista ao Famosidades, na coletiva de imprensa da Imagem Filmes na sexta-feira (29), em Florianópolis, Santa Catarina.
A história não traz nenhuma novidade, mas seu formato e linguagem (parecido com o ritmo das histórias em quadrinhos), escolhido pelo diretor estreante Afonso Poyart, pode abrir espaço para um novo modo de se fazer filmes no país - ao menos, com maior tecnologia.
"O filme é muito diferente. Quando li eu achei tão inovador. Me surpreendi com o estilo, que é bem pop, jovem, cheio de informações visuais”, explicou a atriz.
Alessandra acrescentou ainda que, com um roteiro dinâmico, acessível e rápido, “Dois Coelhos” quer chegar a um público que ainda está se formando, mas já tem uma identidade e cresce rapidamente: o jovem internauta. "Para assistir 'Dois Coelhos' o público terá que pensar. Não é um filme fácil porque fala de política, corrupção, cheio de mistérios e tem um quebra-cabeças bem bolado no meio. Eu diria que ele é um suspense-cult”, tentou definir a atriz.
"Ela está cansada daquele universo em que vive, do mundo do crime, enfim... E agora está buscando um pouco de paz, já que a profissão lha rendeu muitas consequências negativas, como síndrome do pânico”, contou a atriz.
Não só se aprofundar na doença e nas inseguranças da personagem tornou-se o grande desafio da atriz. Repleto de cenas ágeis de ação, com muito efeito especial, de tirar o fôlego, Alessandra também teve que suar muito para tornar suas sequências as mais reais possíveis.
“Fazer cena de ação é bem difícil. É uma experiência fisicamente cansativa, porque é tudo muito técnico, sabe? Tem tiroteio que teve que ser filmado várias vezes, por exemplo”, explicou.
Apesar de ter usado dublês, Alessandra chegou a se arriscar em algumas filmagens, que ficaram marcadas para ela como algo interessante, porém, perigoso em sua carreira. “Dá um pouco de medo, principalmente quando fiz cenas em que tive que pular de um carro em movimento. Usei pouco os dublês, porque alguma ação você tem gravar de verdade.”
(Karen Lemos - Famosidades/MSN Brasil)
Reprise de "Vale Tudo" encanta nova geração com debates atuais
Quem diria que uma trama transmitida em 1989 permaneceria tão atual e ainda mais crítica e realista do que as novelas exibidas atualmente? Parece piada, mas “Vale Tudo”, escrita em uma época delicada da política brasileira (véspera das eleições de 1990, com vitória de Fernando Collor) conseguia alfinetar com maior ênfase a corrupção, falta de ética e caráter do que os folhetins atuais que, supostamente, foram conquistando liberdade no horário nobre da TV.
Mero engano. Talvez seja esse o segredo da reprise de “Vale Tudo”, no ar desde quatro de outubro pelo Canal Viva, e que novamente está atraindo a atenção do telespectador (e dos muitos que não puderam assistir à novela em seu ano de exibição), mesmo que signifique horas a menos de sono. Isso porque o horário da reprise é bem ingrato: às 0h45, com reexibição ao meio-dia seguinte.
Contudo, rever o desprezo de Odete Roitman, as trapaças de Maria de Fátima, as bebedeiras de Heleninha e os looks (ousados e muito copiados na época) de Solange nas telinhas está fazendo com que muitos espectadores-internautas durmam após as 2 da manhã, depois de assistirem a mais um capítulo e comentarem tudo no Twitter.
A ferramenta da web tem sido a principal aliada na volta de “Vale Tudo”. No horário da reprise, a tag #valetudo lidera os trending topics do site, com comentários que vão desde elogios sobre a qualidade e atualidade da trama, até comparações de má índole e corrupção política, elementos bem conhecidos pela sociedade até os dias de hoje.
“Já esperávamos o sucesso de ‘Vale Tudo’, e acreditamos que terá um desempenho ainda melhor ao longo da trama. Estamos muito felizes com a repercussão da novela, que temos acompanhado através da internet e redes sociais, como o Twitter, Fale Conosco, etc”, explica Letícia Muhana, diretora de grade do Canal Viva, ao Famosidades.
Letícia, juntamente com a equipe do Canal Viva, ainda não decidiu qual será a próxima novela desta faixa de horário, reservada aos clássicos da Globo, após o término da trama escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Basséres.
Apesar do claro sucesso, vale citar que o autor Aguinaldo Silva, que não quis comentar sobre o assunto, deixou claro que não quer dar ibope ao que “já passou”.
“Quem disse que vou pagar 36 ‘mirréis’ por mês pra ver uma novela que eu mesmo escrevi faz – meu Deus! – 22 anos! Por causa de Odete Roitman? Quem precisa de Odete Roitman quando já teve Perpétua, Altiva Pedreira, Maria Regina, Nazaré, e já tem programado pelo menos meia dúzia de outras?”, comentou o escritor em seu blog oficial.
Os números e fatos de “Vale Tudo” em 1989, porém, dão alguma ideia do porquê o folhetim ainda faz tanto barulho e merece ser visto e revisto seja naquela época, hoje, ou daqui a 10 anos. Em 6 de janeiro de 1989, a Rede Globo registrou espantosos 86 pontos no índice do Ibope durante o capítulo que relevaria o assassino de Odete Roitman.
Mistério envolvendo assassinatos em tramas sempre são bem atraentes aos olhos do público. “Passione”, de Silvio de Abreu, esquentou depois que todo o suspense envolvendo a morte de Saulo (Werner Schunemann) passou a integrar a história.
“Vale Tudo” foi considerada, mesmo após 22 anos, uma das melhores novelas que já foi ao ar pela emissora. Em 2002, uma produção em parceria da Globo com a Telemundo (braço hispânico da NBC), realizou o remake do folhetim lá fora, tornando-se o primeiro produto exportado pela emissora brasileira, voltado exclusivamente ao mercado externo.
“Acredito que ‘Vale Tudo’ resuma um pouquinho de tudo que estamos precisando hoje. Tivemos atores muito bons, boa produção, boa direção, uma ótima história. A novela é referência em qualidade, foi muito bem feita, e atribuo a isso seu sucesso”, explicou Beatriz Segall, intérprete da megera Odete Roitman ao Famosidades.
Além de Beatriz, Glória Pires, Regina Duarte, Antônio Fagundes, Reginaldo Faria, Lídia Brondi, Carlos Alberto Riccelli, Renata Sorrah, entre outros, compunham a trama que ditou modismos no final de 80 e implantou bordões como “sangue de Jesus tem poder”, fala clássica da personagem Raquel (vivida por Regina Duarte).
Ainda sobre os assuntos abordados, o folhetim inovou ao mostrar com realismo os problemas de uma alcoólatra de forma antes nunca exposta em rede nacional, com a conduta da personagem Heleninha, vivida por Renata (foto acima). Na época, “Heleninha” virou apelido para designar uma pessoa que bebia demais.
A função da personagem, no entanto, era claro: expor um problema e mostrar que ele tem solução. Na reta final, Heleninha se interna em um centro de Alcoólicos Anônimos (AA). A arte e o entretenimento cumpriram sua função social.
“Nós esperávamos aquela reação e identificação do público com os problemas da trama. Porque tudo foi muito bem pensando, acho que a qualidade da novela se justifica assim”, acrescentou Segall.
Temas vetados para a época e assuntos polêmicos mostram que os autores não tiveram receio na hora de passar por cima de alguns tabus. Por essa razão, “Vale Tudo” ainda atrai por sua atualidade. Se até hoje homossexualidade mal é debatida pelos folhetins, quem dirá em 1989. Mas foi sim. Claro que sob o véu da censura, mas a temática estava ali, ainda que de forma sutil.
Laís e Cecília, personagens de Cristina Pochaska e Lala Deheinzelin, eram homossexuais, e o relacionamento das duas aparecia de forma clara na trama. Intervenções da Censura Federal impediram, no entanto, que alguns diálogos fossem gravados. Apesar do tratamento indireto, o assunto foi parar na boca do povo.
“O público assistia o que tinha vontade de discutir. Uma novela que expõe o que você pensa gera uma cumplicidade com o espectador. ‘Olha só, a novela está discutindo uma coisa que me interessa’, ou então, ‘eu penso da mesma forma que o personagem tal’. E isso era um barato. A arte fazendo refletir, trazendo discussão, destruindo preconceitos”, definiu Cássia Kiss, intérprete da personagem Leila, para o Famosidades.
Leila, aliás, teve boa influência nos 86 pontos do Ibope que comentamos acima. Afinal, mesmo por engano, foi ela quem matou Odete Roitman e que incitou o público a não desgrudar os olhos da TV até que o mistério fosse solucionado.
“Foi uma loucura depois que descobriram que ‘eu’ era a assassina. No dia seguinte da revelação, eu sai na capa de todos os jornais brasileiros apontando uma arma. Tinha um mutirão de jornalistas na porta da minha casa querendo um depoimento meu. Pessoas que me paravam na rua fazendo ameaças. Fiquei bem assustada, mas hoje vejo aquela reação de forma interessante”, complementou Cássia.
O final de Leila também veio recheado de críticas. Mesmo tendo cometido homicídio, a personagem conseguiu fugir do país como se não devesse nada à justiça. Para Cássia, esse desfecho escancarou uma realidade do Brasil: a impunidade.
“Aquilo foi uma tradução da injustiça que enfrentamos dentro do país. Tem tanto bandidão que não sofre nenhuma consequência enquanto uma pessoa rouba um lápis e fica anos atrás das grades. Nossas leis são injustas, precisamos revê-las” . Neste ponto, “Vale Tudo” se mostra grandiosa em uma de suas funções: abrir os olhos do público.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN Brasil)
Com direção rigorosa de Miguel Falabella, “A Gaiola das Loucas” chega a São Paulo
Em coletiva, ator e diretor do musical fala da paixão pelo formato que ganha popularidade no país
300 figurinos, 100 perucas, 350 mudanças de luzes, 25 atores e bailarinos, 14 músicos, 120 profissionais atrás das cortinas e inúmeras penas e plumas que compõe todo o conjunto da peça musical "A Gaiola das Loucas", que estreia dia 23 de outubro no Teatro Bradesco (Shopping Bourbon) em São Paulo, após uma temporada bem sucedida no Rio de Janeiro.
Tantos números e cuidados foram resultados de um processo rigoroso de Miguel Falabella, que além de dar vida a um dos personagens centrais - Georges - dirigiu o espetáculo e adaptou seu formato da Broadway para os palcos brasileiros.
"Não me interessou fazer cópia. Eu queria a qualidade de lá, mas com o molho brasileiro. Tentei fazer isso nas letras principalmente; adaptei as canções com nosso humor brasileiro de um jeito que a obra fosse respeitada", disse Miguel em entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira (18), no Teatro Bradesco.
"A Gaiola das Loucas" de Falabella foi inspirada no musical de Broadway de 1983, cujo sucesso foi iminente. Surgiu daí diversas adaptações cinematográficas e outras tantas encenações para o palco. A história se passa em um cabaré - administrado por Georges (Miguel) - de Saint Tropez, na França e que possui como estrela principal de seu elenco a transformista Zazá (em performance hilária e bem produzida de Diogo Vilela).
Proprietário e vedete mantêm um relacionamento profissional e amoroso de mais de 20 anos. Quando o filho de Georges (Davi Guilherme) - fruto de um relacionamento heterossexual da adolescência - resolve se casar com a filha de um político homofóbico. O casal, então, terá que se esconder sob a farsa de uma família normal, e aí que os problemas começam.
Para viver um casal cheio de intimidades no palco, Miguel e Diogo exercitaram a proximidade cênica que ganharam no seriado "Toma Lá Dá Cá". "Percebi que o teatro depende muito de uma boa turma. Se ninguém se entende, não há troca. Começamos a nos preparar para o musical durante o seriado. E aquele clima de comédia acabou refletindo no palco também", complementou Falabella.
O ator detalhou que, por intuição, cada um já sabia que personagem iria interpretar. Miguel, que trabalhou no musical "Os Produtores", se identificou com o jeito galeantador e popular de Georges, enquanto Diogo - que viveu Cauby Peixoto na peça" Cauby" - achou interessante o humor escrachado e os arquétipos de Zazá. "Na verdade, cada um ficou com esses papéis porque o Miguel não queria usar salto alto", revidou Diogo em tom de bom humor.
Atuar, cantar e dançar com salto não é mesmo fácil. Perfeccionista, Diogo contou que durante a preparação chegou a ficar dois meses usando sapato feminino para se acostumar com o andar de uma mulher. "Fiquei preocupado com o trabalho de corpo. Queria que a pessoa lá no fundo do teatro reconhecesse que Zazá era, acima de tudo, uma pessoa. Fico no limite da caricatura, porque o personagem é cheio de arquétipos, por isso senti uma obrigação de humanizá-la."
A paixão de Falabella, que atuou e dirigiu "Os Produtores" e "Hairspray", pelos musicais é antiga. Quando novo, por volta de seus oito anos de idade, o garoto era levado por sua avó até a Praça Tiradentes (em São Paulo) para assistir musicais.
Miguel ficou encantado com uma cena de Bibi Ferreira em "Alô, Dolly!". "Sai do musical sendo outra pessoa. Eu não pensei que fosse fazer outra coisa na vida além do teatro. E o musical foi minha primeira onda do teatro. Quando consegui fazer 'Os Produtores' fiquei em êxtase", recordou emocionado.
O desejo do multifuncional Falabella agora é produzir musicais brasileiros originais. "Já escrevi um original chamado 'Império' e agora comprei os direitos de 'Memórias de um Gingolô' [minissérie da Rede Globo de 1986] que sempre pensei que daria um bom musical. E agora pretendo fazer essa adaptação para o teatro”, adiantou.
Enquanto a temporada paulistana de "A Gaiola das Loucas" se inicia, Miguel se desdobra. Além de seus planos para adaptar "Memórias de um Gingolô", pretende ainda trabalhar como ator em um seriado para o ano que vem, e já escreveu o texto de uma nova novela que contará com a participação de Diogo Vilela no elenco.
"Tive essa ideia bacana para uma novela. É uma comédia que fala sobre intolerância, algo bem diferente mesmo. Eu gosto de fazer coisas doidas e desorganizadas, pena que muitas vezes o público não entende a proposta", lamentou.
Mesmo com mil coisas acontecendo ao mesmo tempo, é somente nesse ritmo eloquente que Miguel se encontra. "Eu só funciono assim. Eu definitivamente não consigo fazer uma coisa só. Eu me desorganizo. Preciso estar com, pelo menos, cinco coisas para fazer ao mesmo tempo."
(Karen Lemos - Famosidades/MSN Brasil)
300 figurinos, 100 perucas, 350 mudanças de luzes, 25 atores e bailarinos, 14 músicos, 120 profissionais atrás das cortinas e inúmeras penas e plumas que compõe todo o conjunto da peça musical "A Gaiola das Loucas", que estreia dia 23 de outubro no Teatro Bradesco (Shopping Bourbon) em São Paulo, após uma temporada bem sucedida no Rio de Janeiro.
Tantos números e cuidados foram resultados de um processo rigoroso de Miguel Falabella, que além de dar vida a um dos personagens centrais - Georges - dirigiu o espetáculo e adaptou seu formato da Broadway para os palcos brasileiros.
"Não me interessou fazer cópia. Eu queria a qualidade de lá, mas com o molho brasileiro. Tentei fazer isso nas letras principalmente; adaptei as canções com nosso humor brasileiro de um jeito que a obra fosse respeitada", disse Miguel em entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira (18), no Teatro Bradesco.
"A Gaiola das Loucas" de Falabella foi inspirada no musical de Broadway de 1983, cujo sucesso foi iminente. Surgiu daí diversas adaptações cinematográficas e outras tantas encenações para o palco. A história se passa em um cabaré - administrado por Georges (Miguel) - de Saint Tropez, na França e que possui como estrela principal de seu elenco a transformista Zazá (em performance hilária e bem produzida de Diogo Vilela).
Proprietário e vedete mantêm um relacionamento profissional e amoroso de mais de 20 anos. Quando o filho de Georges (Davi Guilherme) - fruto de um relacionamento heterossexual da adolescência - resolve se casar com a filha de um político homofóbico. O casal, então, terá que se esconder sob a farsa de uma família normal, e aí que os problemas começam.
Para viver um casal cheio de intimidades no palco, Miguel e Diogo exercitaram a proximidade cênica que ganharam no seriado "Toma Lá Dá Cá". "Percebi que o teatro depende muito de uma boa turma. Se ninguém se entende, não há troca. Começamos a nos preparar para o musical durante o seriado. E aquele clima de comédia acabou refletindo no palco também", complementou Falabella.
O ator detalhou que, por intuição, cada um já sabia que personagem iria interpretar. Miguel, que trabalhou no musical "Os Produtores", se identificou com o jeito galeantador e popular de Georges, enquanto Diogo - que viveu Cauby Peixoto na peça" Cauby" - achou interessante o humor escrachado e os arquétipos de Zazá. "Na verdade, cada um ficou com esses papéis porque o Miguel não queria usar salto alto", revidou Diogo em tom de bom humor.
Atuar, cantar e dançar com salto não é mesmo fácil. Perfeccionista, Diogo contou que durante a preparação chegou a ficar dois meses usando sapato feminino para se acostumar com o andar de uma mulher. "Fiquei preocupado com o trabalho de corpo. Queria que a pessoa lá no fundo do teatro reconhecesse que Zazá era, acima de tudo, uma pessoa. Fico no limite da caricatura, porque o personagem é cheio de arquétipos, por isso senti uma obrigação de humanizá-la."
A paixão de Falabella, que atuou e dirigiu "Os Produtores" e "Hairspray", pelos musicais é antiga. Quando novo, por volta de seus oito anos de idade, o garoto era levado por sua avó até a Praça Tiradentes (em São Paulo) para assistir musicais.
Miguel ficou encantado com uma cena de Bibi Ferreira em "Alô, Dolly!". "Sai do musical sendo outra pessoa. Eu não pensei que fosse fazer outra coisa na vida além do teatro. E o musical foi minha primeira onda do teatro. Quando consegui fazer 'Os Produtores' fiquei em êxtase", recordou emocionado.
O desejo do multifuncional Falabella agora é produzir musicais brasileiros originais. "Já escrevi um original chamado 'Império' e agora comprei os direitos de 'Memórias de um Gingolô' [minissérie da Rede Globo de 1986] que sempre pensei que daria um bom musical. E agora pretendo fazer essa adaptação para o teatro”, adiantou.
Enquanto a temporada paulistana de "A Gaiola das Loucas" se inicia, Miguel se desdobra. Além de seus planos para adaptar "Memórias de um Gingolô", pretende ainda trabalhar como ator em um seriado para o ano que vem, e já escreveu o texto de uma nova novela que contará com a participação de Diogo Vilela no elenco.
"Tive essa ideia bacana para uma novela. É uma comédia que fala sobre intolerância, algo bem diferente mesmo. Eu gosto de fazer coisas doidas e desorganizadas, pena que muitas vezes o público não entende a proposta", lamentou.
Mesmo com mil coisas acontecendo ao mesmo tempo, é somente nesse ritmo eloquente que Miguel se encontra. "Eu só funciono assim. Eu definitivamente não consigo fazer uma coisa só. Eu me desorganizo. Preciso estar com, pelo menos, cinco coisas para fazer ao mesmo tempo."
(Karen Lemos - Famosidades/MSN Brasil)
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Em novo trabalho no cinema, Ana Paula Arósio mergulha em histórias de perdas
Ana Paula Arósio teve dificuldades de aceitar e até de entender Júlia, uma personagem complexa, protagonista de "Como Esquecer", seu novo filme que chega aos cinemas no dia 15 de outubro e que teve pré-estreia em São Paulo na noite de quinta-feira (7).
Com o cabelo bem curto, estilo “Joãozinho” (o novo look é para “Insensato Coração”, novo folhetim de Gilberto Braga), Ana falou da composição de seu papel para o filme dirigido por Malu de Martino e de como as mudanças - de visual, por exemplo - são sempre bem-vindas. “É importante essa mudança física de um personagem para outro”, declarou Ana no evento.
Para a Júlia do filme, a atriz adotou um visual “sem sal”: cabelos compridos presos, por vezes desarrumados, roupas conservadoras e maquiagem posta ao lado. Apesar de ter adorado aposentar o batom e o brilho (“foi muito mais fácil”, riu ao lembrar), a composição teve como propósito maior transmitir a densidade do estado de espírito da personagem.
A causa de tanta desilusão é Antônia, sua ex-namorada. Discutindo a temática homossexual sem tabus ou julgamentos, “Como Esquecer” se mostra sutil e é de extrema delicadeza a forma com que toca no assunto. “O fato de o filme ser temático é um adereço. Os personagens poderiam muito bem ser heterossexuais. O ponto não é a sexualidade, e sim falar de amizade e como uma amizade pode ajudar a superar uma dor muito grande”, pontuou Ana.
No ciclo de amigos está Murilo Rosa, ausente na pré-estreia, mas que foi o grande destaque do longa. Na pele de Hugo, um personagem também homossexual, o ator faz um contraponto à situação difícil de sua amiga. Ao perder um amor - falecido em um acidente - mostra-se otimista e, com bom-humor, quebra o clima pesado que o filme por vezes impõe.
“São histórias de perdas, e como cada um lida com elas. Todo mundo que é adulto já perdeu algo importante, e não é fácil mesmo de superar isso. O filme mostra as várias formas de superar uma dor”, afirmou a diretora Malu de Martino durante a pré-estreia.
Arieta Corrêa, Malu de Martino, Bianca Comparato e Ana Paula Arósio
“O universo temático homossexual está só no contexto, mas acho que o filme ajuda a quebrar certos tabus e paradigmas. O cinema proporciona essa possibilidade. Em ‘Como Esquecer’, quis mostrar histórias de seres humanos, ressaltando semelhanças para que diferenças pudessem ser aceitas”, complementou a cineasta.
No elenco, escalado pela própria diretora, está ainda Natália Lage, que vive Lisa, uma heterossexual abandonada pelo namorado após descoberta de uma indesejada gravidez. Ao lado do personagem de Murilo, Lisa divide uma casa com Júlia (Ana Paula Arósio), formando um trio de colegas que passaram por desilusões e que tentam, juntos, se reerguerem.
Ainda na escalação de atores, Arieta Corrêa dá vida à Helena, uma artista plástica que acaba se envolvendo com Júlia. “O que mais me encantou na hora de compor Helena é que ela é uma Fênix na história. Ela traz luminosidade, um sopro de vida para Júlia, que está submersa naquele clima pesado”, detalhou a atriz.
Bianca Comparato, de “Anjos do Sol”, é Carmem, uma das alunas de Júlia em suas aulas de literatura inglesa na universidade. Interessada pela docente, Carmem tenta se aproximar da professora, levando consigo Nani (Pierre Baitelli, da minissérie “Cinquentinha”), que logo se apaixona por Hugo (Murilo Rosa).
“Tentei levar algo de minha personalidade para Carmem. Me identifiquei muito com o fato de ela ser persistente e, claro, tentei fazer com que aquilo não ficasse maçante e ela se tornasse uma menina chata que vive perseguindo a professora. Tentei humanizá-la, me inspirando muito no trabalho da Ana, que se entregou mesmo para o papel. Ela [Arósio] é excelente”, ressaltou Bianca.
Vendo assim, é possível entender porque Ana Paula teve dificuldades de se aprofundar na personagem, e principalmente de entendê-la. Árida, profunda, com reações inesperadas, a vida de Júlia é retratada em “Como Esquecer” de forma intensa, mas balanceada com a poética do filme, que se apega em pequenos detalhes (provenientes de um cenário bucólico) levando um fiozinho de esperança ao espectador. Basicamente, uma trajetória de superação com muito a ensinar.
“Aprendi muito com a Júlia. Principalmente que não é possível superar uma grande dor sem a amizade e proximidade de amigos. Outra coisa que ela me ensinou é que, por mais que pareça, nosso sofrimento não é o maior do mundo. E nem insuperável”, completou Arósio.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN Brasil)
Politicamente engajado, "Tropa de Elite 2" mostra amadurecimento
Capitão Nascimento, ou melhor, Coronel Nascimento, está mais velho. "E mais consciente também", como definiu seu intérprete Wagner Moura ao Famosidades, presente na pré-estreia badalada de "Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro" em Paulínia, interior de São Paulo, na noite de terça-feira (5). A fórmula, no entanto, não envelheceu.
Apostando nos elementos e recursos que fizeram o sucesso do primeiro filme - como cenas de ação coordenadas por uma equipe importada do cinema hollywoodiano, "Tropa 2", que chega aos cinemas em 8 de outubro, também se apresenta mais maduro, reformulado, mais ácido e critico por tocar fundo na ferida superficialmente explorada no filme antecessor. Os inimigos do Coronel Nascimento são outros, e a forma como isso aparece na tela é pouco agradável.
A sequência quer buscar a origem da violência e dos problemas urbanos que, ao contrário do primeiro "Tropa", ficou concentrada na briga entre polícia e ladrão, tendo como plano de fundo as favelas do Rio de Janeiro. Passaram-se 15 anos desde que o personagem Nascimento deixou de subir os morros para combater o tráfico de drogas. A batalha agora envolve a política nacional.
Após uma operação fracassada no presídio de Bangu 1, Nascimento é promovido a secretário de segurança pública. Ele agora supervisiona a seção de grampeamentos da secretaria, e é lá que torna-se testemunha de um sistema falho. "Tropa 2" inverte os papéis estabelecidos do primeiro longa: no lugar dos bandidos, a polícia; e no lugar da lei, a corrupção.
José Padilha, diretor dos dois filmes, diz acreditar que o cinema político pode interferir na realidade e, assim sendo, não teme apontar erros nas dirigências do país - que estão totalmente corrompidas - como deixa claro em sua continuação. Confiando na popularidade do Coronel Nascimento e nas sequências de operações policiais de tirar o fôlego, Padilha sentiu-se à vontade para alfinetar. "O Brasil tem um problema muito sério que é de segurança pública. Não é um assunto irrelevante, pelo contrário, é de extrema importância tocar nisso", afirmou.
Nesses aspectos, "Tropa 2" não decepciona. Ação, sangue e violência à vontade, como manda a fórmula bem-sucedida que se estabeleceu em 2007, quando "Tropa de Elite" chegou aos cinemas (antes, claro, nas barraquinhas de camelô). Com menos bordões que o primeiro, e com pitadas de humor-negro que nem sempre funcionam, a sequência dá um pulo e evolui na hora de apontar problemas mais sérios como, por exemplo, a presença e o poder das milícias nas favelas do Rio, sustentado pelo próprio governo da cidade.
Irandhir Santos, Pedro Van-Held e o cineasta José Padilha na pré-estreia disputada em Paulínia
Atrás de uma mesa, Nascimento luta contra forças que as armas do BOPE não derrubam. Além disso, vive conflitos internos com seu filho Rafael (Pedro Van-Held), que se distancia do pai quando descobre as verdades de sua profissão; com o crescimento do aspirante André Mathias, e um embate de ego com seu antagonista, vivido pelo ator Irandhir Santos no papel de um irrefutável defensor dos direitos humanos.
"Fizemos uma reciclagem de tudo que aprendemos no primeiro filme, mas a grande sacada da sequência é descobrir que o grande inimigo é, na verdade, o próprio ser humano", pontuou ao Famosidades André Ramiro, intérprete de Mathias que, em "Tropa 2", assume o posto antes ocupado por Nascimento.
Por mais que se renovem os comandos e mortes se desenrolem nos morros, o sistema embasado no crime e na corrupção sempre irá se readaptar. Neste ponto, "Tropa 2" traça um panorama desesperançoso em busca de uma solução para a problemática da violência urbana. A visão critica de Padilha é ácida, e chega até ao topo da pirâmide do Brasil, com imagens aéreas do Planalto Central, em Brasília, em um momento chave do filme.
Em um país onde "eleição é negócio, e o voto é a mercadoria mais preciosa", como proclama um dos personagens do longa, não é de se espantar que campanhas eleitorais sejam financiadas pelos crimes das milícias, que têm como proposta "proteger" as comunidades do morro. A impunidade chega ao absurdo no retrato da morte de uma jornalista que descobre as falcatruas que envolvem polícia e governo.
Com tantos assuntos delicados e perigosos para serem tratados, Padilha acredita na renovação que a sequência traz, e aposta em seu sucesso, mas sem cantar vitória antecipadamente. "Como em qualquer filme, é possível errar. Cinema é complicado porque, para funcionar, tudo tem que estar perfeito. E dirigir uma sequência está inserido nessa regra."
Enquanto Coronel Nascimento segue com sua batalha profissional, e também lutando contra demônios internos, na vida real o inimigo é o mesmo. "Tropa de Elite", de 2007, foi assistido por, aproximadamente, 11 milhões de espectadores de forma ilegal (ou seja, por cópias piratas), segundo dados do Ibope do mesmo ano. Para a sequência, Padilha e sua trupe estão prontos para surpresas do tipo.
"Tropa 2" foi cadastrado na Agência Nacional do Cinema com outro título, nomes de personagens trocados e elenco falso. O roteiro foi impresso em papel vermelho, impedindo cópias por xerox. Sem se apegar aos detalhes, já dava para ter noção dos preparativos que a produção do filme tomou contra pirataria na própria pré-estreia. Portas com detectores de metal e guarda volumes para celulares, câmeras e gravadores chamaram atenção na entrada do Teatro Municipal de Paulínia, que sediou o evento.
Mesmo com tanta cautela, todo cuidado é pouco. Padilha se preveniu que nenhuma cópia vazasse de modo indesejado. "Para o cara piratear tem que roubar sete rolos de filmes, levar para um telecine que custa R$ 2 milhões. Não vai rolar!", anunciou o cineasta, com ar bem-humorado, seguro de estar guardando um segredo precioso e lucrativo.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN Brasil)
"Nascimento é personagem típico de tragédia grega", define Wagner Moura
Wagner Moura estava muito sério e, ao mesmo tempo, muito tranquilo. O rosto era de alguém que cumpriu sua missão, enquanto recordava de todo o processo para compor o novo Roberto Nascimento, que retorna para as telas em “Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro”, nos cinemas nesta sexta-feira (8). A espera foi longa, mas chegou. Depois do sucesso do primeiro filme - tanto nas bilheterias quanto nos camelôs -, Wagner volta com o personagem que marcou sua carreira.
E essa carreira não tem pouca coisa, não. Wagner é um dos atores mais talentosos da sua geração, e mostra isso não só na ação ou no drama, mas também no humor. E não só no cinema e na TV, mas também nos palcos. Incansável, Wagner é detalhista ao montar um novo ser, uma pessoa totalmente nova com a cara do baiano. É a essência de outro na pele de um. A dedicação para Nascimento foi intensa e refletiu na vida pessoal do ator.
“Nascimento se apresenta mais maduro e isso não acontece por acaso. Ele teve experiências angustiantes: perdeu sua mulher, seu filho de distanciou dele, e agora está consciente de tudo que acontece ao seu redor”, contou em entrevista ao Famosidades.
Para a sequência do filme dirigido por José Padilha, o ator teve que se “descolar” da consistência do primeiro Nascimento, que ainda era capitão no BOPE. Em “Tropa 2”, ele é expulso da corporação, onde havia sido promovido a hierarquia de coronel, para trabalhar na secretária de Segurança Pública.
Para um filme complexo, explicou Wagner, o personagem precisou de mais densidade. “Passaram 15 anos. Ele é o mesmo cara, mas ao mesmo tempo mudou muito por dentro. Tive que percebê-lo de forma mais profunda durante as filmagens."
Chave do filme, o personagem de Wagner Moura é foco da continuação, cujo antecessor tornou-se sucesso de bilheterias e público em 2007. Encarando a interface entre polícia e política – excessivamente abordada na nova história - Nascimento se vê diante de dilemas e, para superar as dificuldades, é necessário tomar uma posição.
“Pela primeira vez ele toma um posicionamento, ele tem uma opinião. Se no primeiro filme ele sabia onde estava se metendo, agora ele sabe e age contra isso”, revelou. Para Wagner, Nascimento agora é digno da admiração que recebeu no primeiro filme.
Em “Tropa 2” seu posto de herói se justifica em cenas nas quais até mesmo a violência escancarada é bem recebida pelo público. “Ele passa a tomar consciência de seu próprio drama, e o público vai junto com ele. Para mim, esse personagem é o típico personagem de uma tragédia grega e por isso é tão bem aceito."
Além de mergulhar em um papel tão pesado, Wagner ainda atuou como coprodutor do filme, função que recebeu de bom grado de José Padilha, e que exerceu com prazer, por conta de suas curiosidades que surgiram enquanto ator.
“Entrei no mecanismo da produção e tive uma visão mais ampla de todo o filme. Ganhei mais foco e descobri algumas respostas que passaram pela minha cabeça como intérprete. Sempre quis saber como tudo funcionava”, disse. O novo cargo fluiu tão bem que Wagner pensa agora em arriscar como diretor. “Tenho vontade de experimentar. Pode ser que apareça um projeto de direção. Vou adorar”, concluiu.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN Brasil)
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
José Padilha: “Primeiro 'Tropa de Elite' foi roubado”
José Padilha está traumatizado desde que cópias digitais caíram nas mãos da pirataria em 2007, época em que lançou “Tropa de Elite”. Parte deste sucesso partiu da polêmica envolvendo a venda ilegal do filme. Contudo, para 2010, o cineasta pretende colocar um ponto final nessa história.
“Aquilo foi um roubo. Nosso caso foi especial, porque o filme foi mesmo roubado. Não existe outra definição para isso”, esclareceu Padilha, em entrevista ao Famosidades durante divulgação de “Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro”, em Paulínia, São Paulo. “Pirataria não é democracia de cultura. É sonegação de imposto, não dá para aceitar isso”, continuou o diretor.
Cópias de “Tropa 2” já circulam pelas barraquinhas de camelô das grandes cidades. O acontecimento não é uma falha do esquema de segurança planejado minuciosamente pela produção do longa (veja mais no link acima). Trata-se de uma brincadeira de mau gosto na qual o cliente leve para sua casa um DVD estampado com o pôster do filme, mas, ao assistir, se depara com capítulos de um programa infantil.
“Tem cópias piratas do filme com episódios do ‘Teletubbies’ por aí”, riu Wagner Moura durante entrevista coletiva, confiante de que nada passará pela malha fina armada por gente como Rodrigo Pimentel, ex-capitão do BOPE e principal inspiração do protagonista Capitão Nascimento.
“O que aconteceu no primeiro filme foi muito traumático. Todo esse esquema que planejamos em conjunto é resultado desse trauma”, pontuou Wagner.
Onde há cópias digitais, possíveis de serem pirateadas, há também câmeras de vigilância, senhas para acessar a sala de projeção, além de numeragem nos rolos do filme, para que o local do cinema onde a cópia tenha sido extraviada possa ser localizado por um sistema de segurança. “Não gostamos de pirataria. E ponto!”, enfatizou Padilha.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN Brasil)
domingo, 19 de setembro de 2010
Multifuncional, Ben Affleck estreia segundo longa como diretor
"Atração Perigosa", segundo longa da carreira ainda inicial de Ben Affleck como cineasta, teve exibição concorrida no 67º Festival de Cinema de Veneza.
O filme está fora da corrida competitiva pelos prêmios da mostra. No entanto já desponta como uma das produções do circuito Hollywoodiano que mais agitaram o Festival, segundo crítica e público. A história gira em torno de uma gangue de ladrões de banco.
Além de dirigir, Affleck também atua como protagonista no papel do líder da gangue, Doug MacCray. A trama tem inicio quando Doug conhece melhor e se apaixona por uma gerente de banco, que irá destruturar boa parte de seus planos de furto juntamente com seus capangas.
"Me perguntei se o filme estava glorificando um personagem criminoso ou glorificava a violência. Esta pergunta era importante. As consequências morais eram importantes. Mas tentei ser preciso e também o mais complexo possível", disse o ator e diretor, em entrevista coletiva durante o Festival.
No elenco ainda há atuações de Rebecca Hall, de "Vicky Cristina Barcelona". Ben Affleck também já esteve nas rédeas da direção do elogiado "Medo da Verdade", longa de 2007.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN)
domingo, 5 de setembro de 2010
Sofia Coppola traz realidade de Hollywood em novo longa
Ao retratar os bastidores de um universo cheio de glamour e, ao mesmo tempo, com muitas desilusões, Sofia Coppola levou às telas seu próprio mundo, que conhece durante anos por ser filha de um dos maiores cineastas contemporâneos, Francis Ford Coppola.
Sofia compareceu para estrear o novo filme no Festival de Cinema de Veneza nesta sexta-feira (3). Na coletiva de imprensa, que quase foi tomada pela água da chuva forte que caiu na cidade, a cineasta detalhou alguns príncipios da trama. Ambientado no hotel Chateau Mormont, em Los Angeles, o mais frequentado por celebridades de Hollywood, "Somewhere" parte do ponto de vista de Johnny Marco (Stephen Dorff), um ator prestigiado que, após o final de seu casamento, decide morar na hospedagem repleta de histórias para contar.
"Nós [Sofia e Ford Coppola] passamos muito tempo saindo, vivendo nos hotéis quando meu pai estava filmando, então, eu sempre acho que quando você está morando em um hotel é como se fosse um mundo em si", contou a cineasta para a agência "Reuters".
No elenco, o papel de Ella Fanning (irmã de atriz em ascenção Dakota Fanning), Cleo serve como um alterego da cineasta. Com apenas 11 anos, a menina surpreende no papel da filha do protagonista, que acaba influenciando e atrapalhando sua vida regada de eventos luxuosos, dinheiro, reconhecimento, perseguição da mídia, solidão e depressão.
Não é a primeira vez que Sofia retrata o dia a dia de um hotel. Quando fez isso, em "Encontros e Desencontros", foi aplaudidíssima pela crítica e recebeu um Oscar de Melhor Roteiro no ano de divulgação do longa, que traz ótimas atuações de Bill Murray e Scarlett Johansson.
"Eu gosto de hotéis para o cenário. São lugares inconstantes. Muitos personagens que me interessam estão em um momento de transição e parece adequado que eles estejam em um cenário inconstante", pontuou Sofia.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN)
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
No papel de jurado, Tarantino promete ser justo e analítico
Quentin Tarantino assume, a partir da noite desta quarta-feira (1), um papel importantíssimo: presidente do júri da 67º edição do Festival de Cinema de Veneza. Já na Itália, onde recebeu um jantar em sua homenagem na terça-feira (31), o cineasta de "Bastardos Inglórios" e "Pulp Fiction" começou a se familiarizar com as 22 produções em competição deste ano.
Ao todo, 11 países inscreveram suas obras, e ficará a cargo de Tarantino analisar e eleger o vencedor do prêmio Leão de Ouro, que irá para as mãos do grande vencedor do festival. Para o cineasta, as produções de 2010 se apresentaram como bem mais "loucas" e extremamente ecléticas.
"É como se fosse espalhada pelo mapa e isso é muito excitante", contou em entrevista coletiva.
Nome renomado na cena cinematográfica, Tarantino terá a seu dispor novos trabalhos de outros cineastas que detém sua admiração, além de uma amizade construída pelo contato que a carreira lhe proporcionou. Em contrapartida, o diretor promete ser justo e não se deixar levar pela intimidade que tem com alguns dos concorrentes.
"Faço uma leitura crítica de cada filme que vejo. É a minha função como fã de filmes. É a minha função como crítico de cinema", alegou.
Para exercitar esse lado mais analista, Tarantino tem o costume de escrever resenhas críticas dos filmes que assiste, mas, normalmente, não divulga o que escreve. "Faço isso para o meu crescimento, para explorar mais profundamente aquele trabalho", esclareceu.
Como treinamento para a função de jurado, o cineasta garantiu que está pronto para a empreitada. Divertindo os jornalistas, Tarantino declarou que costumava a realizar um "Tarantino Film Festival" em sua casa. Funcionava assim: alugar DVDs, analisar e eleger os melhores dentre os que selecionou para assistir. Basicamente, é essa a função de jurado. E parece que Tarantino tirou mesmo de letra.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN Brasil)
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Estreando na direção, Marco Ricca escala elenco estelar em “Cabeça A Prêmio”
A experiência vasta como ator possibilitou a Marco Ricca conduzir uma trama totalmente focada em personagens. Para que o projeto saísse do jeito que gostaria, Ricca investiu na seleção de atores - boa parte colegas de trabalho que viraram amigos ao longo dos anos; e fez do elenco o brilho de “Cabeça a Prêmio”, novo longa que estréia em 20 de agosto nos cinemas nacionais.
“O filme é de personagens. O que mais me deu orgulho foi essa unidade de interpretação que se formou. Todo mundo se entregou ao filme, comprou essa ideia”, contou Ricca, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (16) em São Paulo.
Passado entre as zonas fronteiriças de Brasil, Paraguai e Bolívia, “Cabeça a Prêmio” é uma grande viagem realizada envolta de dramas e angústias. “A vida é angustiante mesmo, não tem jeito”, afirmou o ator e cineasta.
Com esse universo estruturado em histórias de frustrações, Ricca tenta, com a mesma obsessão, contar uma história de amor, envolvendo personagens diversos, cheio de dualidades, individualidades e, principalmente, humanos.
O veterano Fulvio Stefanini e Otávio Müller dão vida a dois irmãos fazendeiros, Miro e Abílio, que controlam um mercado perigoso, porém lucrativo, baseado em negócios ilícitos. Elaine, filha de Miro, vivida pela atriz Alice Braga, se apaixona por um dos pilotos da rede ilegal. Daniel Hendler (de “O Abraço Partido"), ator uruguaio, faz um ótimo trabalho no papel de par romântico de Alice.
A partir desse relacionamento, os dois se envolvem com a nata do crime no continente, e ficam à mercê da própria sorte, uma vez que tudo pode sair do controle quando homens armados e poderosos têm sua ira provocada.
Baseado no livro de Marçal Aquino, repórter que criou uma história a partir de suas experiências vividas nas fronteiras da América Latina, Ricca conta que, quando recebeu o texto original, viu ali seu potencial para uma adaptação cinematográfica.
“O livro já é um filme roteirizado, mas era grande demais. Minha meta era fazer essa obra caber no cinema, mesmo com poucos recursos que o filme iria pedir, devido viagens e locações diversas. No entanto, ‘Cabeça A Prêmio’ dava margem para personagens incríveis, com histórias que precisavam ser contadas."
“Minha experiência como ator possibilitou abertura aos personagens”, contou Ricca
“Cabeça A Prêmio” traz ainda boas atuações de Eduardo Moscovis e Cássio Gabus Mendes, na pele de dois capangas que fazem serviços sujos para o fazendeiro Miro (Fulvio Stefanini).
“O Marco [Ricca] estava pronto para isso. Você sentia uma segurança no momento da construção, da preparação antes das filmagens. Outro ponto importante, foi que ele estava aberto a possibilidades, ele ouvia, observava muito, dava espaço para o ator arriscar”, contou Cássio.
Sobre a amizade e o trabalho realizado em parceria com o cineasta, Eduardo Moscovis ainda detalhou: “Ele [Marco Ricca] já dirigiu teatro e está acostumado a trabalhar com o coletivo. Então, existe um privilegio de criação. De nada adianta ter um bom personagem, se não existe um diálogo com o diretor do filme. O núcleo de amizade que se formou no set de filmagem foi fundamental para que tudo desse certo”.
Outro destaque do longa é atuação dúbia e surpreendente de Otávio Müller, que precisou encontrar um equilíbrio em seu personagem para não cair no caricato. “Não poderia parecer um estereótipo. Lendo o roteiro, percebi aquela quebra no personagem, e fui lapidando isso, da forma que o texto pedia”, esclareceu Müller.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN)
"Ironweed", por Babenco e Kennedy
Babenco, cineasta argentino radicado no Brasil, indicado ao Oscar por “O Beijo da Mulher Aranha” (1987), e Kennedy, repórter investigativo que fez uso de sua experiência para escrever romances (mais de dez obras publicadas), participaram da Pós-FLIP, organizada para quem perdeu as palestras de Paraty.
Não são poucos os motivos de “Ironweed” ter demorado a alcançar sua glória. A trama não cai na aceitação de qualquer um mesmo. Até o Prêmio Pulitzer, que recebeu em 1984 pela obra em questão, foram muitas reviravoltas. Mendigos, depressivos, alcoólatras, adoecidos, loucos, além de corrupção e violência, são alguns dos elementos que permeiam a escrita de Kennedy.
Todo esse universo acabou conquistando um jovem cineasta, que na época mal sabia ler inglês, mas foi cativado por um livro, disposto na biblioteca de um amigo que fora visitar.
“Foi o primeiro livro em inglês que li. Na época, só lia autores estrangeiros quando traduzidos para o espanhol ou português. Lembro-me de ler três ou quatro páginas de ‘Ironweed’, e ser tomado pelo livro. Em cada capítulo, ficava fisgado pela dimensão poética dos personagens, era algo, até então, desconhecido para mim”, conta Babenco.
Os personagens no qual o cineasta de refere, Francis Phelan e Helen Archer, são dois moradores de rua, alcoólatras e iludidos. Vivem embriagados para tentar esquecer traumas do passado. Francis, como exemplo, lida com a sombra da morte do filho, provocada por ele ao deixa-lo cair no chão quando ainda bebê.
Helen é uma pianista que caiu na decadência após ter experimentado fama e reconhecimento durante anos. Os dois personagens se envolvem e, em dado momento, precisam retornar à sanidade, já que Helen apresenta uma saúde frágil e necessita da ajuda do companheiro.
Na adaptação de Babenco, o elenco escalado é estelar. Jack Nicholson é Francis e Phelan, e Meryl Streep, Helen Archer. Embora toda adaptação cinematográfica jamais será fiel a sua obra original, Kennedy conta que ficou satisfeito com o resultado que viu nas telas.
“Perdemos algumas boas histórias, por conta do tempo no cinema; mas ganhamos muito com a interpretação dos atores [Nicholson e Streep]”, acrescenta.
O autor ainda detalhou algumas alterações que algumas especificidades das personagens perderam, quando levadas ao cinema. “O Francis deveria ser quase um cadáver, e Jack chegou com uma pança enorme no filme. Já Meryl, que no livro tinha uma barriga quase de grávida, estava muito longe daquela descrição”.
A imagem dos atores, no entanto, acabou sendo fixada na cabeça do escritor. “No meu próximo livro, que estou escrevendo, o personagem de Francis volta, e só o consigo imaginar o Jack ao pensar nele”, diz Kennedy.
Vagabundos demais
“Ninguém quer Nicholson e Streep sem lar e alcoólatras [risos]”, começa dizendo Babenco, ao questionado sobre as dificuldades de se levar uma história tão densa às telas. “A América não gosta de ver e de mostrar a própria miséria. É um tema [sobre os desabrigados] conhecido por lá, mas que simplesmente não se fala”, pontua.
Já difícil de emplacar nos cinemas, Kennedy, então, sentiu dificuldade maior ainda dentro do universo conservador da literatura no tempo em que tentou lançar “Ironweed”. O livro foi recusado treze vezes por conta do seu conteúdo. “Tinha vagabundo demais, pediram para tirar alguns deles” ri Kennedy. As situações adversas, no processo de publicação, não eram raras. Editores “presenteados” com o manuscrito de “Ironweed” foram demitidos, existe até a história macabra de um publicador que faleceu no metrô, dias antes de dar uma resposta para o conto de Kennedy.
Para Babenco, não somente o autor sofreu. “Ironweed” para os cinemas foi lançado em uma época de crise financeira mundial, em meados dos anos 90. Babenco contou que o filme sofreu com o saldo negativo arrecadado. “Ninguém [cineastas e seus projetos] saiu naquela época, foi uma catástrofe. Não teve o sucesso nem perto do que eu imaginava”.
Aposta
Em 1986, quando conheceu Hector e firmou a parceria para adaptação de “Ironweed”, Kennedy escrevia seu quarto livro. O escritor divide que, da parceria profissional, surgiu uma brincadeira entre os dois. Eles apostaram quem iria terminar o trabalho primeiro: Hector, seu filme, ou então Kennedy, que estava finalizando uma nova obra.
O prêmio, combinado entre ambos, era uma caixa de vinho e outra com charutos cubanos, embora Kennedy não fumasse.“Bom, ele ganhou”, disse melancólico o escritor, apontando para o cineasta, arrancando risos de Hector, ao lado, e da plateia presente.
Questão de estilo
“Percebi que estava imitando tantos outros escritores que admirava, e agregando aqueles estilos à minha escrita. Estou roubando Kafka! Pensei, comigo. Resolvi, então, me livrar de todos aqueles jeitos de escrever, e tudo o que sobrou, virou meu estilo próprio”, revela Kennedy, em tom irônico.
A busca por um estilo nunca foi obsessão de Kennedy, que encontrou sua escrita quando parou de procurá-la. A visão de Babenco é parecida, embora com um forte instinto artístico sobrepondo uma preocupação mais estética.
“É como perguntar a um jogador de futebol como ele faz um gol”, conta Babenco entre risos. “Se ele souber como fez, não funciona mais”.
“Nunca terminei a escola. O que eu fiz foi ler muito, perguntar muito, mentir muito, até que chegou o momento em que eu precisava provar que era capaz de algo. Quis fazer o que outros já fizeram, para dizer se gostava ou não”, diz o cineasta que, assim, chegou ao cinema.
“Fiz um curta, chamando ‘Natal em São Paulo’. O fotógrafo que trabalhava comigo perguntou: ‘que lente você quer?’. Eu olhei e respondi; ‘Porquê? Você tem várias lentes?’ [risos]. Eu não tinha ideia de como fazer aquilo, nunca tive saco com equipamento. Só coloquei o olho no buraco e encontrei o jeito de captar o que eu achava certo”, conta.
Para manter sua arte, mais instintiva do que técnica, Babenco tem macetes que inclui não ir ao cinema, por exemplo, para não poluir seu olhar de improviso. “Percebi que quanto mais informação recebia, mais perdia o meu olhar. Não quero fazer nada do outro, quero fazer o que eu gosto”, conclui.
(Por Karen Lemos)
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
"Não vou dirigir filme sobre Janis Joplin", anuncia Fernando Meirelles
O projeto era brilhante. Retratar vida e carreira de um ícone da história da música mundial, com direito a uma trama emocionante, cheia de reviravoltas, rock and roll, drogas e sexo livre, e uma morte prematura, aos 27 anos, por conta de uma overdose acidental.
Assim foi a vida de Janis Joplin, uma figura conhecida a ponto de levantar o interesse de milhões de pessoas que querem conhecer melhor sua trajetória, e que agora perde a chance de ser retratada na história do cinema.
O papel principal já tinha até nome aprovado: Amy Adams, que já atuou em longas densos como “Dúvida”, e que já foi dirigida por Steven Spielberg em “Prenda-me se for Capaz”.
Fernando Meirelles, um dos nomes mais renomados do cinema e conhecidos internacionalmente, ficou com o cargo de responsabilidade para tocar um projeto tão grandioso quanto delicado. Um desentendimento de linguagem com os produtores musicais, que detém os direitos biográficos da roqueira, porém, colocou o longa em impasse, e que agora permanece intocável no papel.
“É fato que recebi um convite dos produtores com um roteiro pronto. Mas creio que os produtores esperavam uma espécie de documentário encenado, sem nenhum tipo de liberdade”, esclareceu, em nota, para o Famosidades.
“Este caminho não me agradou tanto, e o projeto ficou parado”, complementou.
Meirelles contou, ainda, que tentou reavivar o projeto por diversas vezes. Chegou a enviar o documento original para Zé Belmonte, diretor nacional com quem Meirelles tem muita afinidade. O resultado do trabalho exaustivo de Belmonte foi satisfatório para o cineasta de “Cidade de Deus”, no entanto, os produtores musicais torceram o nariz.
Agora, a parceria segue assim: sem nada acertado. Fernando revelou que voltará a conversar com os produtores no ano que vem em uma reunião a ser marcada. Lá, alguma coisa pode caminhar. Contudo, pelo menos para este ano, nada de Joplin nas telonas.
”Esse tipo de envolvimento, que acaba não resultando num filme, é comum não só lá fora como aqui também, por isso sou sempre cauteloso para confirmar algum projeto. Faz parte”, lamentou.
(Karen Lemos - Famosidades / MSN Brasil)
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Em noite de surpresas, Maria Gadú grava seu primeiro DVD
Maria Gadú gravou, na noite de quinta-feira (29), seu primeiro DVD da carreira. A cantora, que estourou repentinamente em menos de um ano, conquistou a todos com suas canções simples, mas com uma intensidade de sentimentos enorme. Até Jayme Matazarro virou fã da moça, e a convidou para estrelar trilhas de atrações da Rede Globo, acarretando no sucesso súbito.
Para celebrar a boa fase, o público de São Paulo recebeu com carinho a cantora no Credicard Hall, para a gravação da turnê de seu primeiro disco (que, com tanto sucesso, recebeu o disco de platina de vendas).
Com vestes azuis e um bolerinho marrom com bolinhas brancas, Gadú subiu ao palco. O cabelo, sempre moderno, jogado para o lado e o jeito tímido e cativante. Sentou, pegou seu violão e arrancou elogios da plateia. Ela falou pouco, se emocionou e agradeceu demais o afeto do público.
No cenário, uma decoração simples, porém elegante, bem ao seu estilo. Mesmo com o tradicional acanhamento, Gadú se mostrava mais a vontade, cumprimentou a todos entusiadamente e até se mostrou preocupada ao, por vezes, parar o show para pedir a retirada de alguns fãs que passaram mal.
A primeira canção, "Encontro", foi a partida para uma apresentação que durou mais de duas horas (incluindo, claro, as pausas por conta de fãs desmaiados), seguida de "Bela Flor" e o hit "Shimbalaiê", cantado em uníssono pelo público - ponto alto do show.
Além dos seus sucessos, Gadú investiu bastante em homenagens a grandes ídolos. Logo na primeira metade do show, "Lanterna dos Afogados", dos Paralamas do Sucesso, e "A História de Lily Brown", de Chico Buarque (música que está em seu primeiro CD), no melhor estilo blues, provaram as boas referências musicais de Gadú.
Surpresas
Maria Gadú iniciou carreira envolta de muitos amigos. Crescendo musicalmente juntos, nada era mais justo que a participação, excessiva, de convidados e colegas para a gravação do DVD. Antes do primeiro convidado, um tampão cinza invadiu o palco, insinuando surpresas para a noite.
Um amigo, Caio Sóh, entrou e começou a escrever letras no tampão emoldurado enquanto o show prosseguia. Quatro jovens entraram com violinos acompanhando músicas como "Altar Particular", que emocionou o público. Luís Murá, um dos parceiros musicais de Gadú, a acompanhou. Dani Black, filho da cantora Tetê Espíndola, entrou na sequência. Juntos, eles cantaram "Aurora".
Leandro Léo, fiel parceiro, foi aplaudidíssimo ao ser chamado. Gadú, que o batizou de "o príncipe", cumprimentou Léo com um selinho, como é de costume. Nesse momento, a cantora escondeu o rosto para chorar emocionada. Juntos, cantaram "Linda Rosa", e foram acompanhados em coro pela plateia.
Fazendo do palco um verdadeiro encontro de amigos, a estrela chamou o grupo de cantores denominados "Os Varandistas", do qual fez parte no início da carreira. Sentados em um sofá colocado no palco, eles cantaram quase em capela para acompanhar Gadú que, naquela altura, mal conseguia segurar a felicidade.
Leandro Léo cantou sozinho, pouco depois, tomando o palco para si, cedido pela cantora. Claramente já tendo cativado o público da Gadú, o rapaz deu um show ao reproduzir a sua "João de Barro", apenas com voz e violão. Léo voltou ainda para algumas músicas como "Laranja". Neste momento, abajures desceram ao palco pendurados por uma linha.
Depois de composições próprias, Gadú entrou cada vez mais fundo em um repertório de referências e gostos pessoais. Tocou "Right Through You", de Alanis Morissette, e emendou uma surpresa de "Filosofia", de Noel Rosa, com "You Know I’m No Good", de Amy Winehouse.
Teve também "Trem das Onze", em uma homenagem moderna aos Demônios da Garoa e "Quase Sem Querer", do Legião Urbana, com direito a gritos de Renato Russo e aplausos da plateia no final. Para um repertório mais pop, "Who Knew", da cantora Pink, que teve alguns versos trocados. "Eu canto essa música há anos e vou errá-la justo hoje. Que papelão", disse, divertindo a plateia.
"Ne Me Quitte Pas", clássico francês na voz de Jacques Brel e, nos bis, "Quando Você Passa" fecharam o set-list de homenagens. Esta última canção, aliás, foi dedicada para Sandy, que estava na plateia. Ela surpreendeu ao subir ao palco no momento da música e se juntou a cantoria de Gadú. Todos adoraram a parceria de última hora.
De volta para o bis, Leandro Léo foi chamado de volta. Uma nova versão de "Laranja" foi feita pela banda, uma versão mais estendida, que dá direito aos músicos mostrarem o virtuosismo da habilidade com os instrumentos. Aos poucos, Gadú apresentou os membros de sua banda.
Enquanto a música se desenrolava, os convidados do show, os "Varandistas" (foto acima), Sandy e até a mãe de Maria Gadú entraram no palco para a despedida. Leandro Léo pegou o microfone e puxou um "ela merece!", que tomou conta da plateia. Uma bela noite para uma excelente cantora.
(Karen Lemos - Famosidades / MSN Brasil)
Assinar:
Postagens (Atom)