quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Estreando na direção, Marco Ricca escala elenco estelar em “Cabeça A Prêmio”












A experiência vasta como ator possibilitou a Marco Ricca conduzir uma trama totalmente focada em personagens. Para que o projeto saísse do jeito que gostaria, Ricca investiu na seleção de atores - boa parte colegas de trabalho que viraram amigos ao longo dos anos; e fez do elenco o brilho de “Cabeça a Prêmio”, novo longa que estréia em 20 de agosto nos cinemas nacionais.

“O filme é de personagens. O que mais me deu orgulho foi essa unidade de interpretação que se formou. Todo mundo se entregou ao filme, comprou essa ideia”, contou Ricca, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (16) em São Paulo.

Passado entre as zonas fronteiriças de Brasil, Paraguai e Bolívia, “Cabeça a Prêmio” é uma grande viagem realizada envolta de dramas e angústias. “A vida é angustiante mesmo, não tem jeito”, afirmou o ator e cineasta.

Com esse universo estruturado em histórias de frustrações, Ricca tenta, com a mesma obsessão, contar uma história de amor, envolvendo personagens diversos, cheio de dualidades, individualidades e, principalmente, humanos.

O veterano Fulvio Stefanini e Otávio Müller dão vida a dois irmãos fazendeiros, Miro e Abílio, que controlam um mercado perigoso, porém lucrativo, baseado em negócios ilícitos. Elaine, filha de Miro, vivida pela atriz Alice Braga, se apaixona por um dos pilotos da rede ilegal. Daniel Hendler (de “O Abraço Partido"), ator uruguaio, faz um ótimo trabalho no papel de par romântico de Alice.

A partir desse relacionamento, os dois se envolvem com a nata do crime no continente, e ficam à mercê da própria sorte, uma vez que tudo pode sair do controle quando homens armados e poderosos têm sua ira provocada.

Baseado no livro de Marçal Aquino, repórter que criou uma história a partir de suas experiências vividas nas fronteiras da América Latina, Ricca conta que, quando recebeu o texto original, viu ali seu potencial para uma adaptação cinematográfica.

“O livro já é um filme roteirizado, mas era grande demais. Minha meta era fazer essa obra caber no cinema, mesmo com poucos recursos que o filme iria pedir, devido viagens e locações diversas. No entanto, ‘Cabeça A Prêmio’ dava margem para personagens incríveis, com histórias que precisavam ser contadas."












“Minha experiência como ator possibilitou abertura aos personagens”, contou Ricca













“Cabeça A Prêmio” traz ainda boas atuações de Eduardo Moscovis e Cássio Gabus Mendes, na pele de dois capangas que fazem serviços sujos para o fazendeiro Miro (Fulvio Stefanini).

“O Marco [Ricca] estava pronto para isso. Você sentia uma segurança no momento da construção, da preparação antes das filmagens. Outro ponto importante, foi que ele estava aberto a possibilidades, ele ouvia, observava muito, dava espaço para o ator arriscar”, contou Cássio.

Sobre a amizade e o trabalho realizado em parceria com o cineasta, Eduardo Moscovis ainda detalhou: “Ele [Marco Ricca] já dirigiu teatro e está acostumado a trabalhar com o coletivo. Então, existe um privilegio de criação. De nada adianta ter um bom personagem, se não existe um diálogo com o diretor do filme. O núcleo de amizade que se formou no set de filmagem foi fundamental para que tudo desse certo”.

Outro destaque do longa é atuação dúbia e surpreendente de Otávio Müller, que precisou encontrar um equilíbrio em seu personagem para não cair no caricato. “Não poderia parecer um estereótipo. Lendo o roteiro, percebi aquela quebra no personagem, e fui lapidando isso, da forma que o texto pedia”, esclareceu Müller.

(Karen Lemos - Famosidades/MSN)

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