quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Primeira candidata negra ao Senado por São Paulo comenta críticas sobre cabelo alisado

Divulgação

Escolhida pelo MDB, com Marcelo Barbieri, para disputar uma das duas vagas ao Senado Federal pelo Estado de São Paulo, Cidinha Raiz está no início da campanha eleitoral e tem chamado atenção mais pela aparência do que por suas propostas que, segundo ela, envolvem políticas para mulheres e negros.

Ao lado de Paulo Skaf, emedebista candidato ao governo paulista, Cidinha tem viajado pelo Estado e, vez ou outra, escutado comentários sobre seu visual, principalmente a respeito de seu cabelo, que atualmente é curto e alisado. “Não é de agora que ouço esse tipo de coisa, mas como estou mais exposta devido à campanha, essas críticas estão mais frequentes”, conta.

Mulher negra, a primeira a ser candidata ao Senado por São Paulo, Cidinha cita à reportagem o que chamou de “ditadura” para que o negro use os cabelos de forma natural, ou então ao estilo black power. “Me chama atenção o quanto as pessoas se preocupam com esse tipo de coisa e perdem tempo olhando para um cabelo”, diz ela, que também menciona casos de jovens negros que são alvo de bullying nas escolas devido à aparência, ou porque alisam os fios, ou porque os deixam naturais. “Eu acho o cabelo black maravilhoso, mas a questão não é essa, é de como isso mexe com a autoestima do negro”, explica.

A psicóloga de 61 anos, que é pós-graduada em História da África e do negro no Brasil, falou também que já teve vários estilos de cabelo na vida, e que isso não tira sua essência de “mulher negra, pobre e nascida na periferia”. “Se eu pintar meu cabelo de loiro, vou continuar sendo negra. Não é isso que vai definir a minha personalidade. Black ou não, liso ou não, o cabelo é meu. A gente tem que se sentir bem do jeito que é, sem ficar nessa ditadura que nos limita sob o ponto de vista do que os outros acham que é certo ou que é bom.”

Até que sua candidatura fosse lançada, Cidinha Raiz não tinha redes sociais, mas precisou criar perfis em várias plataformas devido à campanha eleitoral, e já se deparou com comentários, inclusive de seguidores, recomendando “um bom cabeleireiro” para ela. “Eu já tenho o meu cabeleireiro, que pode não ser bom para você, mas é bom para mim”, argumenta.

“Não se mede as pessoas pela aparência, mas pela capacidade. Na política, eu serei eu mesma. Não vou para a favela de terno e saltinho, vou como sempre fui: de tênis e calça jeans, porque o cargo não tem que mudar a pessoa, mas precisa ser usado a favor das pessoas.”

Partido político

Além das observações sobre seu visual, a candidata também menciona que já ouviu críticas ao seu partido, o centrista MDB, principalmente por parte de legendas da esquerda. “Os partidos que mais questionam minha sigla estão indicando homens brancos para o Senado, inclusive o próprio PT”, afirmou Cidinha ao citar a maior legenda alinhada a essa ideologia, que está lançando Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto para os cargos disponíveis na Casa.

“Nenhum partido, de direita ou de esquerda, indicou uma mulher negra para o Senado; portanto, eles não têm nem o direito de criticar”, pontua a psicóloga. “Mas também acho que agora é o momento de esquecer bandeiras políticas e se unir em torno de causas que, de fato, criem políticas públicas que atendam às demandas do Estado de São Paulo.”

Entre as propostas da candidata está tornar o feminicídio crime hediondo, negociar com empresas privadas o acesso de mulheres vítimas de violência e jovens negros no mercado de trabalho, e fomentar o empreendedorismo do jovem negro pela qualificação na educação por meio de entidades de ensino como Sesi, Senai e Sebrae.

(Karen Lemos - Portal da Band)

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Candidatos ao governo de São Paulo se enfrentam em debate na Band

Kelly Fuzaro/Band

A Band realizou, nesta quinta-feira, 16, o primeiro encontro entre os candidatos ao governo do Estado de São Paulo. Participaram do encontro os seguintes postulantes ao cargo: Márcio França (PSB), Rodrigo Tavares (PRTB), Paulo Skaf (MDB), Marcelo Candido (PDT), João Doria (PSDB), Luiz Marinho (PT) e Lisete Arelaro (PSOL).

Nesta ordem, no primeiro bloco do debate, os candidatos responderam a uma pergunta dos leitores do Jornal Metro sobre segurança da população do Estado. França respondeu que irá valorizar os policiais, como fez ao homenagear a cabo da PM Katia Sastre, que matou um assaltante na porta de uma escola. Tavares focou no déficit de policiais e afirmou que o inimigo das forças da segurança é o próprio governo, e ele quer mudar isso. Já Skaf quer deixar a lei mais rígida e obrigar que presos condenados cumpram suas penas. “Nada de saidinhas ou visitinhas”, disse.

Candido falou sobre ações preventivas, como ruas bem iluminadas, espaços urbanizados e envolvimento da comunidade na questão. Doria citou melhora de salário dos policiais, padrão Poupatempo em delegacias e ampliação de batalhões padrão Rota. Marinho criticou os 24 anos de PSDB que “não fez nada” pela segurança; ele disse que irá contratar investigadores e não vai admitir que a polícia trate um jovem do Jardins diferente de um jovem da periferia. Por fim, Lisete quer contratar dez mil policiais civis, abrir as delegacias na madrugada e recompor as delegacias da mulher.

Ainda neste bloco, candidatos perguntaram para candidatos. Candido provocou Doria sobre segurança alimentar e citou a farinata, que chamou de ração humana. Doria disse que Candido estava mal informado e que o programa iria complementar as refeições, e não substitui-las.

O petista Marinho também criticou Doria e disse que o programa Corujão da Saúde não diminuiu as filas e foi apenas “peça de publicidade” de sua gestão. Na réplica, o tucano defendeu o programa que chamou de “grande sucesso” do seu mandato.

No segundo bloco, jornalistas do Grupo Bandeirantes fizeram perguntas aos candidatos, com comentários de seus adversários na corrida eleitoral. Rafael Colombo perguntou para Skaf e França sobre as linhas do Metro e da CPTM. O emedebista prometeu 200 quilômetros de linha para o Metrô, além de 22 conexões com a CPTM. Já França disse que irá indenizar os passageiros que tiveram prejuízos durante falhas do serviço.

Marina Machado questionou Doria e Skaf sobre a crise hídrica. O tucano falou que irá propor um plano estadual para redução de conta àqueles que economizarem água. Já Skaf prometeu combater o desperdício da própria Sabesp, da captação até a entrega de água, além de tratamento de esgoto.

Sandro Barboza quis saber a opinião de Marinho e Tavares sobre o baixo desempenho escolar em São Paulo. O petista sugeriu período integral de ensino para resolver o atraso de aprendizagem e também dobrar o salário dos professores da rede estadual. Tavares propôs aumento do horário pedagógico e monitoramento por câmeras nas escolas.

Em nova rodada de perguntas, Colombo questionou Candido e Marinho sobre o aumento do teto salarial dos servidores públicos do Estado. Candido sugeriu uma reforma tributária para aumentar a receita e disse que não concorda com o aumento salarial do funcionalismo público. Já Marinho falou que tiraria o auxílio moradia de juízes para fazer essa compensação, além de também propor uma reforma tributária que não prejudique os mais pobres.

No terceiro bloco, os candidatos voltaram a fazer perguntas para adversários de sua escolha. Nesta rodada, Doria e Marinho se alfinetaram; o petista disse que o tucano “largou o povo” da capital ao sair da prefeitura para se candidatar e pediu uma análise do adversário sobre a avaliação baixa de sua gestão. Doria respondeu que se estivesse tão mal, não estaria na liderança das pesquisas de intenção de voto.

O tucano continuou a provocação e disse que Marinho é réu na Justiça por suposto desvio de verba na construção de um museu em homenagem a Lula em São Bernardo do Campo, cidade da qual foi prefeito. Marinho pediu celeridade nesse processo para provar que não houve desvio de dinheiro e falou da mulher do candidato, Bia Doria, que foi chamada para depor sobre suposto mal uso de verba pública em um santuário do padre Marcelo Rossi. O tucano, que pediu respeito à sua mulher nas considerações finais, citou Lula para alfinetar seu adversário. “Onde anda Lula? Preso em Curitiba. Onde anda Zé Dirceu com sua tornozeleira eletrônica? Onde andam os tesoureiros do PT? Presos ou respondendo a processos.”

Na sequência, França citou episódios de corrupção envolvendo o MDB e quis saber de Paulo Skaf se o presidente Michel Temer é um homem honrado. “Essa história de padrinho não deu certo no Brasil e não faço política assim”, respondeu o emedebista.  Perguntando para Tavares, Doria também falou sobre corrupção; o candidato do PRTB falou que é lamentável discutir ficha corrida e não propostas no debate.

Candido, em uma pergunta endereçada para Lisete, voltou a falar sobre políticos que saem do cargo para disputar eleição, em clara provocação a Doria. “Em alguns casos a população deu graças a Deus e agora tem chance de corrigir o voto”, alfinetou a candidata do PSOL. Em outro questionamento, desta vez de Tavares para Marinho, o petista chegou a ser vaiado quando falou de Lula, afirmando que o ex-presidente é a esperança para o Brasil. “Essa é a razão de ele liderar as pesquisas, inclusive no Estado de São Paulo”, disse Marinho.

No quarto e último bloco, os candidatos fizeram as suas considerações finais


(Karen Lemos - Portal da Band)

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Pannunzio: debates obrigam candidatos a falarem sobre o que importa à população

Divulgação

O primeiro encontro entre os candidatos ao governo de São Paulo acontece nesta quinta-feira, 16, às 22 horas, na Band. Para mediar mais um tradicional debate realizado pela emissora, foi escalado o jornalista Fabio Pannunzio, que considera este evento como uma “bandeira de largada” para as eleições.

“[O primeiro debate] é aquele que acaba definindo a posição de campo em que cada candidato vai atuar, quem vai brigar com quem, quem implicará com quem, enfim, a partir daí é que os postulantes vão construindo suas teias de estratégia”, resumiu Pannunzio. “E para o telespectador também é um evento importante, já que é o momento em que os candidatos entregam o ‘cartão de visitas’ para o eleitor.”

Neste ano, segundo o mediador, as regras estão mais flexíveis. “Com destaque para a ampliação do confronto direto entre os convidados, a escalação de temas que são prioritários para a população e que obrigam os candidatos a falar sobre esses assuntos; além disso, os postulantes terão liberdade para escolher com quem vão debater”, detalha.

Uma das regras inovadoras do debate desta quinta é a possibilidade de um mesmo candidato ser questionado duas vezes pelos contendores. “Isso faz com que seus conhecimentos sejam testados e também incentiva o confronto, uma forma de distinguir as ideias de cada um dos convidados.”

Esses detalhes foram definidos em reunião com representantes de partidos. Participarão do debate, que terá ao todo quatro blocos, os seguintes candidatos: Márcio França (PSB), Rodrigo Tavares (PRTB), Paulo Skaf (MDB), Marcelo Cândido (PDT), João Doria (PSDB), Luiz Marinho (PT) e Lisete Arelaro (PSOL).

No primeiro bloco, os postulantes ao cargo também responderão nesta sequência a uma pergunta única feita pelos leitores do Jornal Metro. Em seguida, com base em uma pesquisa feita pela Band, será definido um tema para que os candidatos debatam entre eles. Todos perguntarão uma vez, por ordem de sorteio, e cada candidato pode ser perguntado até duas vezes.

No segundo bloco, as perguntas serão feitas por jornalistas do Grupo Bandeirantes. No bloco seguinte, os candidatos vão fazer perguntas para outros candidatos, com a sequência mais uma vez definida por sorteio. No quarto e último bloco, as considerações finais de cada participante.

Em caso de ofensa pessoal ou moral, o candidato poderá pedir direito de resposta, que será analisado por um comitê formado por jornalistas e um advogado. Caso seja concedido, o ofendido terá um minuto para responder.

Prevendo trocas de farpas, o mediador pede ainda que o eleitor atente-se às perspectivas colocadas por cada postulante ao cargo de governador. “Desconfie do que eles falam”, sugere Pannunzio. “Ao invés de já escolher seu candidato e ficar torcendo por ele, desconfie – esse é o melhor caminho para chegar até um voto consciente.”

(Karen Lemos - Portal da Band)

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

'Foi uma ironia, isso não existe', esclarece criadora da Ursal

Reprodução/Facebook

Se a Ursal (União das Republiquetas Socialistas da América Latina) fosse um projeto que realmente existisse, a sua “fundadora”, a socióloga Maria Lucia Victor Barbosa, estaria mais do que orgulhosa.

Pelas redes sociais, principalmente no Twitter e no Facebook, não se fala de outra coisa desde que o candidato à Presidência da República pelo Patriota, Cabo Daciolo, citou o suposto plano comunista de unir países latino-americanos no debate presidencial da Band, que aconteceu na última quinta-feira, 9.

“Coitado do Cabo, ele não sabe que a Ursal não existe”, riu a socióloga, que falou sobre o real significado da sigla (seriam republiquetas, e não repúblicas, o que reforça a sátira) e esclareceu a origem do meme em entrevista à Rádio Bandeirantes.

“Em um artigo que publiquei em 2001, analisando a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Cuba para discutir sobre o Foro de São Paulo [conferência de partidos de esquerda], eu fiz uma ironia: ‘será que querem fundar a Ursal?’”, explicou.

Maria Lucia lembra que na época da publicação do artigo, circularam histórias tratando o projeto comunista como verdade, mas nada comparado ao que tem acontecido desde que o candidato fez menção à Ursal no encontro de presidenciáveis.


“Eu quase cai da cadeira quando ouvi o Cabo Daciolo falar disso de forma tão enfática. Nem Simón Bolívar [militar venezuelano que lutou contra a colonização na América Latina] conseguiu unir os países dessa forma”, riu. “E aí você vê como nascem as teorias da conspiração.”

A socióloga tem observado um medo crescente do comunismo, principalmente nas redes sociais, mas, para ela, essa possibilidade não concreta. “Não temos partidos políticos com ideologia, nem de esquerda e nem de direita. Só existe um ‘lado’, que é o de cima, o do poder. [Os partidos] são trampolins para se chegar lá”, opina.

Coincidência ou não, no momento em que Maria Lucia viu uma antiga brincadeira sua viralizar na internet, ela prepara um artigo sobre a importância das redes sociais. “É o quinto poder”, define. “O impeachment da Dilma [Rousseff], por exemplo, nasceu ali e transbordou para as ruas. O Congresso só aceitou porque o político quer ficar bem com a opinião pública”, ressalta a socióloga, que está ansiosa para ver até onde vai a influência da web nas eleições deste ano. “Mesmo sendo um ambiente caótico, as redes sociais funcionam”, conclui.

(Karen Lemos - Portal da Band)

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Para Flávio Bolsonaro, franqueza do pai ameaça os adversários

Karen Lemos/Portal da Band

O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL) disse que o pai, o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), chega a ameaçar seus adversários por ser uma pessoa “honesta e verdadeira”, mesmo quando provocado.

“Os outros candidatos sabem da reação dele quando é injustiçado ou agredido”, afirmou.

Flávio acompanhou o pai no primeiro debate entre os postulantes ao Palácio do Planalto que a Band realizou nesta quinta-feira, 9.

Para o político, que este ano tentará uma vaga no Senado Federal pelo Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro “tem a verdade do seu lado”, o que o ajudaria a lidar com as críticas e ataques de adversários, principalmente em situações de pressão, como costuma a acontecer em debates políticos.

Foi inclusive em um confronto de candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro que Flávio, então postulante ao cargo, acabou passando mal durante o debate em 2016.

Sobre o desempenho do pai, o deputado disse que Jair “mandou muito bem” no encontro presidencial deste ano. “Ele estava calmo e conseguiu explicar suas propostas”, resumiu.

(Karen Lemos - Portal da Band)

Bruno Covas diz que adversários tem "ciúmes" das alianças de Alckmin

Karen Lemos/Portal da Band

Coordenador da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, o tucano Bruno Covas rebateu as críticas dos adversários do presidenciável durante o debate que a Band realizou nesta quinta-feira, 9.

Alguns candidatos atacaram a grande quantidade de partidos que fecharam acordo com a campanha tucana. “Isso aí é ciuminho”, ironizou o prefeito da capital. “Eles estão com ciúmes, afinal, quem não queria uma coligação dessa?”

Após várias negociações, Alckmin conseguiu apoio com os partidos do chamado Centrão - PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade -, além de PTB, PPS e PSD, fechando uma superaliança que lhe garante, por exemplo, maior tempo de rádio e TV no horário eleitoral.

Bruno Covas afirmou ainda ter ficado “contente” com o desempenho de Alckmin no debate. “Ele conseguiu demonstrar tudo o que já fez pelo governo de São Paulo, quando foi governador do Estado, e também soube expor o que ele propõe fazer pelo Brasil”, acrescentou o coordenador da campanha.

(Karen Lemos - Portal da Band)

Boulos compara Bolsonaro a Chihuahua: 'é só bater o pé que sai correndo'

Kelly Fuzaro/Band

Posicionado ao lado de um de seus adversários políticos, Guilherme Boulos (PSOL) disse que não se sentiu ameaçado por Jair Bolsonaro (PSL) durante o primeiro debate entre presidenciáveis realizado pela Band nesta quinta-feira, 9.

“O Bolsonaro que acha que mete medo nas pessoas, mas sabe aquele cachorrinho Chihuahua, que grita, fica na sua canela, mas quando você bate o pé sai correndo? É mais ou menos por aí”, ironizou o candidato que teve momentos de trocas de farpas e discussões acaloradas com o adversário durante o debate.

Para Boulos, ele e Ciro Gomes (PDT) eram os oposicionistas do atual governo de Michel Temer (MDB) naquele momento. “Todos os outros, os 50 tons de Temer, vieram dizer que são renovação, mas todos eles ajudaram a botar o Temer onde está", disse, fazendo um trocadilho com o livro "50 Tons de Cinza".

O presidenciável do PSOL ainda falou de Lula (PT), que não compareceu por estar preso em Curitiba. “Ele deveria ter o direito de apresentar sua candidatura, até porque foi condenado de maneira injusta”, pontuou.

Guilherme Boulos, que tem pouco tempo de rádio e TV, celebrou a oportunidade de apresentar suas ideias no debate. “Deu para deixar claro que nossa candidatura não é a velha politicagem da qual as pessoas já estão cansadas. Ela vem da rua, de baixo para cima. Estamos com os 99% da população brasileira que sofre todos os dias, não esse 1% que os outros candidatos representam, dos banqueiros e empresários”, concluiu.

(Karen Lemos - Portal da Band)

Cabo Daciolo celebra sucesso na web: 'é o vento do espírito santo soprando'

Kelly Fuzaro/Band

Surpresa do debate da Band, o candidato Cabo Daciolo (Patriota) comentou a repercussão que ganhou, principalmente nas redes sociais, no primeiro encontro entre presidenciáveis realizado nesta quinta-feira, 9.

“Como diz a palavra, Deus não constrói uma casa no alto do monte para que ela não seja vista”, afirmou o candidato sobre seu inesperado destaque no encontro dos postulantes ao cargo.

“Essa foi a primeira oportunidade que eu tive para apresentar minhas propostas à nação e nós vamos transformar a colônia brasileira em nação brasileira”, pontuou.

Daciolo, que atribuiu a Deus seu sucesso na internet, se mostrou grato. “Eu quero agradecer o carinho de todos. Sou um cara simples, que tem um telefone simples, mas eu creio que esse mover, esse agir, esse vento é o vento do espírito santo soprando.”

Para o candidato, as áreas no País que merecem atenção são educação e combate à corrupção, mas que também pretende investir no combate à impunidade no Brasil, "que é grande", segundo ele.

"Todos que estão aqui representam a velha política, e ainda têm a cara de pau de chegar aqui e tentar enganar o povo novamente”, afirmou sobre seus adversários no debate.

Daciolo acrescentou que não está na política para enriquecer. “Quero provar que é possível estar no meio dos lobos, sem se tornar um lobo. Para a honra e a glória do senhor Jesus, vamos transformar essa nação.”

(Karen Lemos - Portal da Band)

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Debate terá mais confrontos diretos entre candidatos à Presidência, adianta Boechat

Divulgação/Band

Novamente na função de mediar o debate eleitoral na Band, o jornalista Ricardo Boechat diz estar ansioso para o primeiro encontro entre os candidatos à Presidência da República deste ano, que acontece nesta quinta-feira, 9, às 22h, em clima de comemoração. “É um simbolismo grande para a história da democracia brasileira, especialmente a recente, afinal já são 30 anos de debates entre candidatos à Presidência”, lembra.

O jornalista recordou o encontro realizado entre dois pré-candidatos ao Palácio do Planalto, Leonel Brizola e Paulo Maluf, em 1988. “[Esse evento] teve uma repercussão muito grande, o Brasil nunca tinha visto um debate político na TV com essa proposta desde que saímos de um longo período de regime de exceção. Esse também foi o primeiro passo para, no ano seguinte, em 1989, apresentarmos o debate entre candidatos já oficializados pelos seus partidos.”

Para Boechat, cada um dos debates nesses 30 anos foi fundamental para dar largada às campanhas presidenciais, com características que se aprimoram a cada encontro. “Eu chamaria atenção para a mais enfática delas que é a de ampliar o confronto direto entre os postulantes ao cargo”, ressalta o jornalista.

Este ano, haverá mais chances de um candidato fazer perguntas para seu adversário, o que deixa o confronto muito mais rico, na opinião do mediador. “O debate desta quinta avança em um processo que dá mais espaço para esse confronto direto. Se antes, em um período inicial, isso se dava com perguntas feitas por jornalistas ou pelo público, agora, cada vez mais, se transforma em questões feitas de um candidato para o outro”, diz Boechat. “E ninguém tem mais interesse de colocar questões difíceis ao outro senão seu adversário. Essa é a melhor forma de estimular um confronto franco.”

E serão muitos os confrontos - até 64 vezes, entre respostas, réplicas e tréplicas para os oito candidatos que confirmaram presença no evento. A quantidade de postulantes, na visão do jornalista, só vem a acrescentar ao jogo político. “O melhor debate é aquele que tem menor participação do mediador, pois isso significa que o protagonismo dos candidatos foi maior. Não vejo no grande número de participantes uma dificuldade profissional, apenas fica mais complexo do ponto de vista de fragmentação de tempo, mas a Band tem experiência nisso.”

Também são esperadas algumas trocas de farpas nesse encontro devido à polarização política que vem se desenhando desde que os nomes dos primeiros pré-candidatos à Presidência surgiram, e que se consolidou após a oficialização dos postulantes nas convenções partidárias. Para o jornalista, essa situação é excelente para que o eleitor forme sua opinião.

“Esse é o momento de ver os candidatos expostos, desnudos de seus protocolos. Se em um debate eles agem de determinada forma sob pressão, como reagirão enquanto principais mandatários do País? É uma ótima forma de avaliação e ajuda o eleitor a produzir um voto mais consciente”, analisa.

Citando pesquisas de intenção de voto, que mostram uma porcentagem muito alta de eleitores indecisos, ou que pretendem anular o voto ou votar em branco, Boechat também acredita que o debate desta quinta pode reduzir, de forma significativa, esses números.

“Teremos uma eleição com alto nível de participação do eleitorado”, afirma. “O brasileiro está interessado na política como jamais esteve. As pesquisas também mostram que mais de 80% entendem que o voto é um instrumento fundamental para o processo democrático. As pessoas têm consciência da relevância desse momento e devem exercer esse direito amplamente nessas eleições”, conclui.

(Karen Lemos - Portal da Band)