quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Debate terá mais confrontos diretos entre candidatos à Presidência, adianta Boechat

Divulgação/Band

Novamente na função de mediar o debate eleitoral na Band, o jornalista Ricardo Boechat diz estar ansioso para o primeiro encontro entre os candidatos à Presidência da República deste ano, que acontece nesta quinta-feira, 9, às 22h, em clima de comemoração. “É um simbolismo grande para a história da democracia brasileira, especialmente a recente, afinal já são 30 anos de debates entre candidatos à Presidência”, lembra.

O jornalista recordou o encontro realizado entre dois pré-candidatos ao Palácio do Planalto, Leonel Brizola e Paulo Maluf, em 1988. “[Esse evento] teve uma repercussão muito grande, o Brasil nunca tinha visto um debate político na TV com essa proposta desde que saímos de um longo período de regime de exceção. Esse também foi o primeiro passo para, no ano seguinte, em 1989, apresentarmos o debate entre candidatos já oficializados pelos seus partidos.”

Para Boechat, cada um dos debates nesses 30 anos foi fundamental para dar largada às campanhas presidenciais, com características que se aprimoram a cada encontro. “Eu chamaria atenção para a mais enfática delas que é a de ampliar o confronto direto entre os postulantes ao cargo”, ressalta o jornalista.

Este ano, haverá mais chances de um candidato fazer perguntas para seu adversário, o que deixa o confronto muito mais rico, na opinião do mediador. “O debate desta quinta avança em um processo que dá mais espaço para esse confronto direto. Se antes, em um período inicial, isso se dava com perguntas feitas por jornalistas ou pelo público, agora, cada vez mais, se transforma em questões feitas de um candidato para o outro”, diz Boechat. “E ninguém tem mais interesse de colocar questões difíceis ao outro senão seu adversário. Essa é a melhor forma de estimular um confronto franco.”

E serão muitos os confrontos - até 64 vezes, entre respostas, réplicas e tréplicas para os oito candidatos que confirmaram presença no evento. A quantidade de postulantes, na visão do jornalista, só vem a acrescentar ao jogo político. “O melhor debate é aquele que tem menor participação do mediador, pois isso significa que o protagonismo dos candidatos foi maior. Não vejo no grande número de participantes uma dificuldade profissional, apenas fica mais complexo do ponto de vista de fragmentação de tempo, mas a Band tem experiência nisso.”

Também são esperadas algumas trocas de farpas nesse encontro devido à polarização política que vem se desenhando desde que os nomes dos primeiros pré-candidatos à Presidência surgiram, e que se consolidou após a oficialização dos postulantes nas convenções partidárias. Para o jornalista, essa situação é excelente para que o eleitor forme sua opinião.

“Esse é o momento de ver os candidatos expostos, desnudos de seus protocolos. Se em um debate eles agem de determinada forma sob pressão, como reagirão enquanto principais mandatários do País? É uma ótima forma de avaliação e ajuda o eleitor a produzir um voto mais consciente”, analisa.

Citando pesquisas de intenção de voto, que mostram uma porcentagem muito alta de eleitores indecisos, ou que pretendem anular o voto ou votar em branco, Boechat também acredita que o debate desta quinta pode reduzir, de forma significativa, esses números.

“Teremos uma eleição com alto nível de participação do eleitorado”, afirma. “O brasileiro está interessado na política como jamais esteve. As pesquisas também mostram que mais de 80% entendem que o voto é um instrumento fundamental para o processo democrático. As pessoas têm consciência da relevância desse momento e devem exercer esse direito amplamente nessas eleições”, conclui.

(Karen Lemos - Portal da Band)

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