Karen Lemos/Portal da Band
O Banco Central anunciou na quarta-feira, 29, que irá produzir cédulas de R$ 200, o que causou estranheza para a população que, desde 1994, está acostumada com a nota de R$ 100 como sendo a de maior valor da moeda brasileira.
Por qual motivo, então, o BC tomou essa decisão? Para responder a esta pergunta, a Rádio Bandeirantes entrevistou Jason Vieira, economista da Infinity Asset, que esclareceu dúvidas como, por exemplo, se existe relação entre o lançamento da cédula e a crise que o País está vivendo por causa da pandemia de coronavírus.
"Causa estranheza [o anúncio da nota de R$ 200] por ser em um momento de crise, mas esse movimento é normal. Muito provavelmente essa moeda está sendo desenhada antes da crise", explicou.
O economista citou alguns fatores que motivaram essa decisão do BC, como a própria atualização da moeda.
"Tivemos uma desvalorização em relação a reserva global de valor, que é o dólar", pontuou. "Os R$ 100 que tínhamos em 94 não são mais os R$ 100 de hoje em dia. R$ 100 hoje valem cerca de US$ 20, então é preciso manter certa atualização".
Outro ponto destacado por Jason Vieira é o movimento natural de substituição de moeda no mercado. "A impressão de moeda física entra em processo de substituição de outra", ressalta o economista, observando, ainda, que isso não necessariamente vai gerar a temida inflação, já que há um equilíbrio entre o que está entrando na circulação e o que está sendo retirado.
"Isso pode acontecer pela própria falta de uso, como é o caso das moedas metálicas, e também porque é um material perecível, ele estraga e envelhece, portanto precisa ser substituído".
Além disso, também houve nos últimos meses um aumento da demanda por papel moeda por conta do pagamento do auxílio emergencial. "Esse aumento de demanda também reflete na quantidade de moeda em circulação", acrescenta o especialista.
Veja a entrevista na íntegra:
(Karen Lemos - Band.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário