segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Após Rock in Rio, Iron Maiden leva show ornamental e pirotécnico para São Paulo

Foto: Divulgação

O palco do Rock in Rio mal esfriou e a banda britânica Iron Maiden desembarcou em São Paulo para o segundo de três shows no Brasil. Após uma apresentação marcante no Palco Mundo na sexta-feira, 4, o grupo levou sua turnê Legacy Of The Beast para mais de 60 mil pessoas no Estádio do Morumbi, na capital paulista, neste domingo, 6. Na sequência, os ingleses se apresentam em Porto Alegre nessa quarta-feira, 9, na Arena do Grêmio.

Nessa turnê, o Iron Maiden investiu pesado na produção dos shows, que conta com cenários grandiosos e apresentações pirotécnicas, tudo à altura de uma banda que já tem 40 anos de estrada, muitos clássicos no repertório e uma marca eterna na história do metal e da música.

A superprodução, claro, enche os olhos, mas o que os fãs querem mesmo é música. O que mais emociona é a recepção do público do Maiden, que tem um clã fiel. Formado por um mar de pessoas vestindo preto - a maioria com as mais diversas blusas já produzidas da banda - de diferentes faixas etárias, o público canta todas as canções em uníssono, para o deleite do vocalista Bruce Dickinson, que parece se divertir com cada interação que faz com a plateia, ora puxando palmas, ora mandando o seu já tradicional “scream for me Brazil” (ou a variável “scream for me São Paulo”).

Mesmo sem alegoria alguma no palco, o show ainda seria de agrado dos fãs, mas a superprodução é um complemento que cai bem. Logo no início da apresentação, uma réplica enorme de um avião da Força Área Britânica da Segunda Guerra Mundial paira sobre o palco, anunciando o tom ornamental da noite. O avião acompanha a apresentação de Aces High, música que também abriu o primeiro show que a banda fez no Brasil, na histórica primeira edição do Rock in Rio em 1985.


Aces High foi só o primeiro de muitos clássicos do Maiden que ainda viriam pela frente, como 2 Minutes To Midnight, The Clansman e The Trooper; nessa última, a banda convidou o Eddie (mascote do grupo) em tamanho real e empunhando uma espada para o divertimento do público.


O mascote morto-vivo aparece em diversos momentos do show, seja estampando cenários, ou surgindo como uma diabólica cabeça gigantesca e assustadora durante a apresentação de Iron Maiden, música do primeiro álbum da banda, que também leva seu nome, lançado em 1980.


O Iron aproveitou também seu vasto repertório e resgatou algumas canções que há muito tempo não eram tocadas ao vivo, como Flight Of Icarus, ausente dos setlists desde 1986. Seu retorno, no entanto, foi triunfal, com direito a um enorme Ícaro (personagem da mitologia grega) sobrevoando o palco enquanto Dickinson brinca com um lança-chamas em um dos momentos pirotécnicos. Foram vários ao longo do show. Vale destacar, aliás, o forte calor que dá para sentir quando a banda recorre ao fogo para enfeitar seu show. Imagine o quão quente é para quem está no palco.


O final do show reservou outros clássicos como Fear Of The Dark, The Number Of The Beast, Hallowed Be Thy Name e Run To The Hills, que mais uma vez fechou com maestria um show do Maiden.




Energia invejável dos sessentões
As duas horas de apresentação passam rápido, mas fica marcado a referência que é a banda e a virtuosidade dos músicos - é impressionante ver os solos de Steve Harris, Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers - além do talento e simpatia do baterista Nicko McBrain; mais impressionante ainda é pensar que todos eles estão na faixa dos 60 anos e esbanjam invejável energia. Nicko, o mais velho, já tem 67 anos e coloca no chinelo a repórter de 30 anos que escreve este relato. O vocalista Bruce Dickinson tem 61 anos; seu alcance vocal é surpreendente, ainda mais se levarmos em conta que ele enfrentou um câncer na língua em 2015.


Brasil é o país que mais ouve a banda
Com a apresentação em São Paulo, já são quase 40 shows do Iron Maiden em solo brasileiro. Essa relação intensa também está expressa em números. O Brasil é o país que mais ouve a banda em todo o mundo. Uma pesquisa do YouTube Charts mostrou que os brasileiros representam 13,8% da audiência total do grupo na plataforma de vídeos. Esse carinho mútuo também é visto tanto na reação calorosa dos fãs em cada clássico que o Maiden toca no palco, quanto na mensagem final do vocalista Bruce Dickinson ao encerrar a apresentação na capital paulista. “Vamos continuar fazendo shows aqui até cairmos mortos”, anunciou, sob gritos e aplausos.

(Karen Lemos - Portal da Band)

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