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Tesouro Direto, renda fixa privada, fundos de investimento, ações na Bolsa de Valores. São tantas opções e informações diversas que, para quem quer começar uma aplicação financeira, o caminho até um bom investimento pode ser um pouco confuso.
Pensando no pequeno, e às vezes iniciante investidor, algumas empresas chamadas fintechs pegaram o que há de melhor na tecnologia para democratizar essa operação. E isso foi possível por meio dos robôs, que já trabalhavam para atender grandes clientes da bolsa, mas que agora também são úteis para facilitar o acesso de qualquer pessoa ao mundo dos investimentos.
Tais robôs não são como aqueles dos filmes, que andam, falam e algumas vezes tentam destruir a humanidade nas ficções científicas. Estamos falando de algo bem mais inofensivo, invisível, inclusive. O robô investidor nada mais é do que um algoritmo, sequência programada de instruções bem definidas. Nesse caso, é uma programação de alocação e operação de ativos.
Como funciona
Quem quer fazer o suado dinheiro render um pouco mais precisa escolher algumas opções de aplicações, mas, como ressaltamos no começo do texto, elas são muitas, e nem sempre as informações são tão simples assim. É aí que o robô entra em ação. Ele pega seu objetivo financeiro, aplica todo o conhecimento que ele tem programado e, pronto, faz seu investimento acontecer.
Para que isso seja possível, a primeira coisa que o robô vai fazer é 'conversar' com você. A partir de uma série de questionamentos, ele vai identificar o seu perfil de investidor, que pode ser mais conservador, moderado ou agressivo. “Nesse questionário, terá provocações do tipo 'você está disposto a perder metade do que foi investido?' Se não estiver, seu perfil é mais conservador, por exemplo”, explica Ricardo Humberto Rocha, professor de finanças do Insper, em entrevista ao Portal da Band.
Depois que o robô analisa o seu perfil, ele vai oferecer carteiras de investimentos com base no volume que você quer aplicar, tentando equilibrar duas coisas na balança: otimizar o retorno e minimizar os riscos. “A vantagem do robô é que, quando o mercado oscila, o algoritmo já faz esse rebalanceamento para você”, acrescenta Rocha.
Custos
Por não ser feito de carne e osso, o robô não precisa de uma estrutura física para trabalhar e muito menos de um salário. Por se tratar de uma operação mais barata, portanto, as fintechs conseguem vender esse serviço a um preço competitivo para o investidor.
As empresas cobram uma taxa de consultoria (afinal, os robôs são programados por pessoas que recebem salário) e os valores que alguns investimentos requerem, como taxa de corretagem, entre outros. Ainda assim, em média, os custos não chegam a 1% ao ano.
O Portal da Band separou informações de três empresas que oferecem esse serviço. Em uma delas, é possível investir com uma aplicação inicial de R$ 100. Confira:
Mais democrático
A tecnologia veio para democratizar o acesso para o pequeno investidor e propiciar até mesmo um rendimento mais alto, como na Bolsa de Valores, por exemplo. “Diversificar a carteira de investimentos dá muito trabalho. As administradoras precisavam cobrar alto por isso, então criou-se um mercado para quem já tinha muito dinheiro. O robô quebrou isso, deu acesso a esse investidor menor e também possibilitou para as empresas ter esse pequeno investidor como cliente”, ressalta Rocha.
Para o professor de finanças do Insper, os robôs deram início a uma nova fase de relação do indivíduo com os investimentos. “Além disso, é também uma tendência tecnológica que dá mais autonomia ao investidor.”
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E os humanos?
Por enquanto estamos longe da trama de ficção científica na qual os robôs dominam o mundo e nos jogam para escanteio. Claro que o algoritmo facilita muitas coisas, mas sem um programador por trás nada acontece. “Pense na medicina. Algumas cirurgias são feitas por robótica, mas sempre com acompanhamento humano, porque os organismos operados não são os mesmos. Algumas pessoas têm um caminho até as coronárias diferentes de outras, e o robô não vai entender isso até que uma pessoa o reprograme”, pontua Rocha.
Voltando a falar de dinheiro, a tecnologia pode nos ajudar a investir melhor, descartando fatores emocionais ou até aquele efeito manada como vimos acontecer mais recentemente com a criptmoeda bitcoin.
“O básico que o robô precisa saber é: ‘qual o preço justo daquele ativo?’ Se está caro, eu vendo; se está barato, eu compro. É o que os investidores fazem todos os dias. Existem vários modelos preditivos [para identificar riscos existentes em uma nova ação ou em práticas em andamento], mas nenhum é perfeito, porque existem variáveis que eu não consigo medir”, explica o professor.
Para Rocha, os robôs já são “o futuro do investimento”, mas somente pessoas de carne e osso podem reprogramar os robôs caso algo inesperado aconteça, como o surgimento de uma bolha especulativa ou até uma crise internacional.
“Vamos dizer que a Coreia do Norte jogue uma ogiva nuclear no Japão. O que acontece com as bolsas? Vão literalmente derreter, mas isso ninguém consegue prever. São fatores impossíveis de se controlar. O melhor a fazer, nesse sentido, é relaxar e deixar o robô trabalhar.”
(Karen Lemos - Portal da Band)
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