segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Ex-Mutante Arnaldo Baptista expõe obras em São Paulo
Enquanto não consegue lançar um novo LP por conta de certas burocracias, Arnaldo Baptista está voltado para as artes plásticas. Com “Exorealismo”, uma exposição em cartaz até o dia 10 de janeiro na Galeria Emma Thomas, em São Paulo, o ex-integrante do grupo Os Mutantes voltou a mergulhar em uma paixão mais antiga que a música: a pintura.
"Desde criança tenho certa vocação para a pintura. Quando garoto, eu pintava meus cadernos do primeiro ano, mas não passou muito disso", recordou em conversa com o Portal da RedeTV! "Durante um tempo, as artes plásticas foram mais importantes do que a música porque, para fazer música, eu precisava de um piano, de um contrabaixo; era muito caro! Na pintura, com um lápis e um papel eu tinha quase a mesma coisa que Salvador Dalí, por exemplo", ressaltou.
Na exposição, Arnaldo exibe obras que embarcam em uma ousada tentativa de materializar o som plasticamente. A música continua presente, ainda que de forma mais simplificada. "Um quadro meu pode parar no Japão sem depender de línguas e gravadoras", observou o artista.
Sobre inspirações e seu estilo próprio de pintar, o ex-Mutante enfatiza que não segue regras. "Não tenho muito estilo. Às vezes, pego algum objeto como uma colher velha, um pedaço de sapato, um CD, uma ferramenta e grudo na tela e, a partir daí, começo minha pintura", revelou. "O que poderia ser um erro no quadro, passa a ser uma evolução".
Não são apenas obras recentes que estão expostas em “Exorealismo”. Arnaldo reuniu para a mostra quadros datados desde a década de 90. "Tem coisas lá que eu nem lembrava mais que tinha feito", riu.
Nova empreitada na música
Enquanto nas artes plásticas Arnaldo Baptista aproveita o prestígio de seu talento, na música as coisas não andam tão bem assim.
Em conversa com a reportagem, o músico revelou que possui um LP já pronto - com 12 músicas selecionadas. Por conta de processos burocráticos com gravadoras, ele ainda não conseguiu lançar este novo trabalho. "Não tem data para sair [o LP]. Estou esperando".
Batizado de “Esphera”, com direito a capa desenhada por seu autor, o LP traz um lado embasado na crítica social. "Fala de fogo, fumaça, poluição, gasolina", tentou resumir Arnaldo. "Custou muito tempo para o homem aprender a fazer fogo. Agora ele precisa desistir dele, das coisas elétricas", completou.
(Karen Lemos - Portal RedeTV!)
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