Eriberto Leão como o personagem Mineiro
Uma história envolta de mistérios com grandes personagens fez Marcos Paulo (60) deixar a direção de televisão – área em que atua já há 40 anos – e se arriscar no cinema. E deu certo. Em Assalto ao Banco Central, filme que chega aos cinemas no próximo dia 22, é uma boa mistura de ação, suspense e um pouco de comicidade.
“O filme tem uma comicidade debochada. O que aconteceu é um grande deboche, assim como muitas coisas que acontecem nesse país. A gente percebeu que, além de contar essa história com muita ação, teria espaço para o humor”, relatou Marcos.
Em agosto de 2005, R$ 164,7 milhões foram roubados do Banco Central de Fortaleza, no Ceará. A ação, realizada sem nenhum único tiro ter sido disparado e sem que ninguém percebesse a movimentação, é considerada a mais bem sucedida que já ocorreu no Brasil. O bando, liderado por Mineiro, só conseguiu realizar o memorável assalto pro que contaram com um túnel de 84 metros que ligava até os cofres do banco.
Embora não bem solucionada, a trama foi se revelando aos poucos na medida em que as pesquisas foram sendo aprofundadas. “A pretensão era fazer uma história ficcional, baseada em fatos reais. Tivemos acessos aos processos e a registros da imprensa. Misturamos informações reais com fatos inventados e colocamos em um liquidificador”, complementou.
O roteiro partiu do argumento de Antonia Fontenelle (38), mulher de Marcos Paulo, que também fez o casting do longa-metragem, provando ter bom gosto na hora de eleger o elenco. Assalto ao Banco Central é encabeçado por Eriberto Leão (39) que interpreta Mineiro, um dos cabeças do bando. “Ele é um camaleão. Tem cara de bom moço mas não é. É um estelionatário que se apresenta como uma pessoa confiável; assim, ele vai envolvendo as pessoas, criando uma certa relação para, depois conseguir seus objetivos”, definiu o galã, atualmente no ar como o Pedro de Insensato Coração.
Além das pesquisas, a equipe do filme contou ainda com o apoio da Polícia Federal, que auxiliou com aulas sobre a forma como as investigações policiais são feitas no Brasil. No papel de dois delegados, de diferentes gerações, o veterano Lima Duarte (81) e Giulia Gam (44) construíram seus personagens a partir desse apoio. “Foi interessante trabalhar ao lado da Polícia Federal. Essa coisa que mistura mocinho e bandido dá pano para manga em muita história”, disse Giulia. “Meu personagem é um delegado que ama a polícia, é extremamente cuidadoso, eficiente, enfim, um bom policial”, complementou Lima Duarte.
Nessa ajuda, houve ainda uma troca. A produção do filme disponibilizou, em seu site oficial, um espaço em que anônimos podem deixar novas informações sobre o assalto que possam contribuir para um futuro esclarecimento de caso. “É impressionante o volume de informações novas que recebemos. Não sei o quando ajudamos a polícia, mas ao menos trazemos subsídios para ajudar em algo”, comentou Marcos.
Ainda no elenco, o promissor Vinícius de Oliveira (26), o garoto protagonista em Central do Brasil, retorna às telas do cinema tendo como grande incentivo seus colegas de filme. “O elenco certamente me ajudou muito; sempre tive vontade de trabalhar com essa gente toda que eu acompanho desde muleque”, contou.
Completam ainda o casting Fábio Lago (41), que doou muita coisa de sua personalidade para o personagem (“A gente usa tudo para o personagem. Nosso corpo, nosso olhar, nosso suor, nosso intelecto, nossa pesquisa. O que você muda é o enfoque”, esclareceu), Milhem Cortaz (38), na pele de um personagem ‘durão’ (“Mas ele tem uma certa delicadeza. Não existe arte sem delicadeza. Então, como artista, imprimi uma humanidade”, justificou), Juliano Cazarré (31), Hermila Guedes (31), Cássio Gabus Mendes (49), Milton Gonçalves (77), Antônio Abujamra (78), Tonico Pereira (73) e Heitor Martinez (42).
(Karen Lemos - CARAS Online)
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