Com produção e ‘palpitecos sinceros’ do marido Marcelo Camelo, Pitanga – terceiro trabalho de Mallu Magalhães – mostra lado sensível, louco e ‘velho’ da cantora de apenas 19 anos
Mallu Magalhães (19) chegou apressada, pedindo desculpas por seu atraso para a entrevista com a equipe de CARAS Online. “Perdi a hora! Estava em casa lavando a louça e esqueci do horário. Quando o Marcelo [Camelo, músico com quem se relaciona há quatro anos e já se considera casada] acordar vai ver tudo bagunçado”, relatou, entre risos, com ar de preocupada. É fato que Mallu cresceu. Quando começou na música, aos 15 anos de idade – alavancada pela internet – muitos torceram o nariz, mas a cantora nem deu bola e seguiu seu caminho até chegar em Pitanga, seu terceiro álbum da carreira, já disponível nas lojas de discos.
Sabendo que muita coisa mudou de 2008 (quando o primeiro álbum saiu) até agora, Mallu confere a Pitanga um retrato desse crescimento. “É o retrato de uma nova fase, de um novo passo. Consegui reparar, dentro de mim, um amadurecimento pessoal, emocional e existencial. É como se eu tivesse descoberto uma parte nova de mim e, consequentemente, a minha própria musicalidade”, contou Mallu que estava vestida com galochas coloridas, saia rendada e uma jaqueta colorida – roupa escolhida às pressas ao se lembrar do horário da entrevista.
“Resolvi procurar uma estética minha para este novo trabalho. Além do amadurecimento da voz, cresci na personalidade e até no corpo. Eu era uma menina quando comecei; hoje já me sinto uma mulher”, acrescentou.
Esse despertar da maturidade deixou Mallu Magalhães, até mesmo, velha. Na faixa que abre o disco (Velha e Louca) a cantora canta seu estado de espírito atual. “Minhas letras traduzem como eu me sinto. Eu não quis dizer velha na questão de idade, mas nessa sensação de amadurecer”, explicou. “E louca eu sempre fui! Agora que eu resolvi assumir ficou tudo mais fácil [risos]. Sou louca mesmo. Todo mundo é!”.
Outra faixa do álbum, Highly Sensitive, também diz muito sobre sua autora. “Altamente sensível. Eu sou assim; sensível, intensa. O tempo todo estou lidando com meus sentimentos”, revelou. “Mas eu gosto disso. Gosto de sentir, identificar, potencializar, desenvolver e traduzir em arte algo que existe dentro de mim”.
Assim como indica Highly Sensitive, mais do que nunca, o novo disco terá algumas canções em inglês e – pela primeira vez – se encontrará com composições em português. “As pessoas não tem limitações na música. Elas ouvem música pela sonoridade, não pela língua. Além disso, o brasileiro, porque mais que ele não entenda, ele escuta muitas canções em inglês”, exemplificou a moça, que diz não se preocupar com uma carreira internacional (“isso vem com o esforço do nosso trabalho e também com uma certa torcida”, riu) e que já surpreendeu muito gringo em shows fora do Brasil. “Já fiz show em Portugal, Espanha e Canadá; o público se interessou mais pelo meu lado bossa nova, Samba – justamente as músicas cantadas em português”.
Todo o processo para o nascimento de Pitanga, no entanto, não foi um trabalho solo. Mallu contou com o auxílio e contribuição de Marcelo Camelo. “Ele se mostrou um produtor muito bom, não esperava que ele fosse tão bom assim. Marcelo sempre tinha uma resposta para meus questionamentos e dúvida com relação ao álbum. E respeitou e incentivou minhas opiniões”, disse. “Além disso, ele é um músico excelente, mas sou coruja para falar, né?”, brincou ainda.
A turnê que Mallu está preparando a partir do novo trabalho também terá dedo do ‘maridão’. Camelo será o diretor da série de shows que terão início no dia 18 de novembro no Studio RJ, no Rio de Janeiro. Para otimizar as apresentações, Mallu terá apenas três músicos acompanhando ela na estrada. “Cada um tocará um instrumento diferente em cada música. Super rico”, prometeu.
(Karen Lemos - CARAS Online)
Nenhum comentário:
Postar um comentário