quarta-feira, 26 de novembro de 2008

FilmeFobia é destaque no Festival de Brasilia








O 41º Festival de Cinema de Brasília, teve seu encerramento na noite do dia 25/11 (terça-feira), no Cine Brasília. O longa metragem em 35 milímetros "FilmeFobia”, de Kiko Goifman, foi o grande vencedor da noite, recebendo o prêmio de melhor filme segundo o júri oficial do festival, além de outros três prêmios: montagem, direção de arte, e melhor ator para Jean-Claude Bernadet, que também ajudou na direção da obra.

“FilmeFobia” dividiu o público de Brasília, sendo vaiado e ao mesmo tempo aplaudido durante sua exibição no festival. Ao subir ao palco para receber o troféu Candango, o cineasta Kiko Goifman agradeceu também, com muito bom humor, as vaias que seu filme recebeu. O longa mistura ficção e documentário, utilizando ora atores e ora pessoas comuns. O objetivo de “FilmeFobia” é explorar os medos humanos, sejam eles comuns ou aqueles do tipo exagerado. Utilizando armadilhas e engenhocas de todos os tipos, criados pela artista plástica Chris Bierrenbach, os atores e os fóbicos de verdade são obrigados a enfrentar seus medos, que vão desde cobras e baratas, até os mais inusitados como fobia de anões (cena que abre o filme), de celulares, cabelos e ralos. Diante das circunstâncias, os personagens geralmente vão ao desespero em frente das câmeras, alguns chegam até a desmaiar.

Vale lembrar que toda a produção do filme foi relatado pela equipe no blog "FilmeFobia - Diário de Filmagem"

Outros vencedores








O melhor filme segundo o júri popular ficou para “À Margem do Lixo”, de Evaldo Mocarzel, que também recebeu o prêmio especial do júri, a obra retrata a vida dos catadores de lixo. No festival de Brasília em 2006, Mocarzel foi o vencedor do mesmo prêmio por “À Margem do concreto”, filme que mostra a história de um sem-teto da cidade de São Paulo. Ambos trabalhos, fazem parte de uma “tetralogia” de Mocarzel, que foi iniciada por “À margem da imagem”, vencedor de vários prêmios em festivais de cinemas nacionais e internacionais.

Os prêmios de melhor atriz e atriz coadjuvante foram divididos pelo elenco feminino de Siri-Ará, de Rosemberg Cariry, o filme cearense também faturou o troféu candango de ator coadjuvante para Everaldo Pontes. O cineasta Geraldo Sarno, realizador de “Tudo Isto Me Parece Um Sonho”, foi premiado pelo seu trabalho nas categorias melhor direção e melhor roteiro.

Curtas-Metragens

Os prêmios para curta-metragem são divididos em duas categorias: 35 milímetros e 16 milímetros. O grande vencedor da categoria 35 milímetros foi o pernambucano “Superbarroco”, de Renata Pinheiro, levando o prêmio de melhor filme pelo júri oficial; já o júri popular ficou com “Brasília” (título provisório), de J. Procópio. Para 16 milímetros o júri oficial escolheu “Cidade Do Tesouro”, de Célio Franceschet como melhor filme e premiou “Depois Das Nove”, de Allan Ribeiro com o prêmio especial do júri. Não há troféu do júri popular na categoria 16mm. A menção honrosa foi para “A Menina Espantalho”, de Cassio Pereira dos Santos.

Confira todos os vencedores do Festival de Cinema de Brasília:

Categoria Longa-metragem:
Melhor Filme (Júri Oficial):
Filmefobia, de Kiko Goifman
Prêmio especial do Júri: À Margem do Lixo, de Evaldo Mocarzel
Melhor Filme (Júri Popular): À Margem do Lixo
Melhor Direção: Geraldo Sarno, por Tudo Isto Me Parece Um Sonho
Melhor Ator: Jean-Claude Bernadet, por FilmeFobia
Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante: Elenco feminino de Siri-Ará
Melhor Ator Coadjuvante: Everaldo Pontes, por Siri-Ará
Melhor Roteiro:
Geraldo Sarno e Werner Salles, por Tudo Isto Me Parece Um Sonho
Melhor Fotografia: Gustavo Hadba e André Lavenère, por À Margem do Lixo
Melhor Direção de Arte: Cris Bierrenbach, por FilmeFobia
Melhor Trilha Sonora: O Milagre De Sta Luzia
Melhor Som: Fernando Calvalcante, por Ñande Guarani (Nós Guarani)
Melhor Montagem: Vânia Debs, por FilmeFobia

Categoria Curta-metragem em 35mm:
Melhor Filme (Júri Oficial):
Superbarroco, de Renata Pinheiro
Melhor Filme (Júri Popular): Brasília, de J. Procópio
Melhor Direção: Thiago Mendonça, por Minami em close-up
Melhor Ator: Hilton Cobra, por Cães
Melhor Atriz: Ana Lúcia Torre, por Na madrugada
Melhor Roteiro: Ana Beatriz, de Clarissa Cardoso
Melhor Fotografia: Pedro Semanovischi, por Cães
Melhor Montagem: Ivan Morales Jr., por Arquitetura do Corpo

Categoria Curta-metragem em 16mm:
Melhor Filme (Júri Oficial): Cidade Do Tesouro, de Célio Franceschet.
Prêmio Especial do Júri: Depois Das Nove, de Allan Ribeiro.
Melhor Direção: Ângelo Defanti, por Maridos, Amantes e Pisantes
Melhor Ator: Nildo Parente, por Depois de Tudo
Melhor Atriz: Malu Valle, por Alice
Melhor Roteiro: Cassio Pereira Dos Santos, por A Menina Espantalho
Melhor Fotografia: Alexandre Taira, por Cidade do Tesouro
Melhor Montagem: Alexandre Boechat, por Landau 66
Menção Honrosa: A Menina Espantalho, de Cassio Pereira dos Santos.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

“Depois de tudo” mostra o lado ator de Ney Matogrosso








Sempre transgressor, não é só no mundo da música que Ney Matogrosso choca (e encanta) o publico ao mesmo tempo em que quebra os tabus da sociedade. Em “Depois de Tudo”, Ney vive um homossexual já na terceira idade, que mantém um relacionamento a mais de 30 anos com outro homem, vivido pelo ator Nildo Parente.

Filmado com muita sensibilidade, o curta acompanha, em 12 minutos, um dia na vida do casal, que na verdade, é como qualquer outro. Eles se encontram, jantam, assistem a um filme, fazem amor e dormem juntos. Na manhã seguinte, tudo volta ao normal, cada um vai para sua casa e esperam pelo dia que voltarão a se ver.

Em cartaz no Festival de Cinema Mix Brasil 2008, que aborda a diversidade sexual, o filme está na mostra competitiva de curtas, e pode ser conferido pelo público no dia 19/11 (quarta-feira), às 20h15, no Auditório do MIS e dia 20/11 (quinta), às 18h00, no Centro Cultural da Juventude. O Mix Brasil 2008 vai até dia 23 de novembro, quando saem os resultados das mostras competitivas.

Já não é a primeira vez de Ney Matogrosso no cinema, em 1987, Ney atuou no filme “Sonho de Valsa” de Ana Carolina, ao lado da atriz Xuxa Lopez; no ano seguinte, o cantor encarou novamente as câmeras no curta experimental “Caramujo-Flor”, que debate a poesia de Manoel de Barros, o filme recebeu vários prêmios em importantes festivais de cinema como o de Brasília e Gramado.

Ainda se espera uma outra intervenção de Ney aos cinemas para o ano que vem, trata-se de “Luz Nas Trevas – A Revolta de Luz Vermelha”, continuação de “O Bandido da Luz Vermelha” (1968), de Rogério Sganzerla. O filme conta a história de João Acácio, conhecido como o bandido da luz vermelha. No filme, Ney interpretará o bandido que ficou preso por muitos anos, quando descobre que tem um filho e decide então, ir atrás dele.

“Depois de tudo” é só mais um exemplo da pluralidade do cantor que não se cansa de transgredir.

Confira agora uma entrevista com o diretor Rafael Saar. Formado em cinema pela UFF, “Depois de tudo” é seu sétimo trabalho, no qual ele dirige e também assina o roteiro. Em entrevista a repórter Karen Lemos da BR Press, o cineasta fala de suas influências, de como surgiu a idéia do tema, a seleção do elenco e a importância de um festival como o Mix Brasil, que aborda a diversidade sexual.

Qual a importância do seu trabalho estar incluído na programação do Mix Brasil 2008?
O Mix Brasil é um importante festival não somente pela temática, mas pela curadoria, com uma excelente programação dentro do festival.

Como surgiu a idéia do tema?
A idéia de “depois de tudo” era a princípio mostrar um casal de idosos e gays. O desenvolvimento foi muito simples porque é um filme que mostra o cotidiano. Os personagens não são ou talvez não foram mostrados ainda no cinema ou TV. O que foi feito é construir tudo da maneira mais natural e bonita possível, sem cair na pieguice.

Como foi realizada a produção?
Tudo foi feito num processo bem rápido. Um dia de filmagem e a maior parte do tempo foi na finalização.

Como foi a seleção dos atores?
Encontrar atores que aceitassem estava sendo difícil. O Nildo eu conheci através de um amigo e quando mostrei o roteiro e falei do Ney ele topou na hora. O Ney eu conheci no “homem-ave” (filme de Rafael que ainda está em processo de produção, no qual Ney faz a narração) e também trabalho no documentário do Joel Pizzini sobre ele. Levei o roteiro na casa dele, ele leu na hora e gostou.

E trabalhar com eles, como foi?
Tivemos um "ensaio", uma semana antes da filmagem. Na verdade uma leitura e discussão em cima do conceito do filme e dos personagens. Os entenderam muito rápido e acrescentaram muito ao filme e ao roteiro.

Ney Matogrosso não é ator profissional, qual foi o motivo da escolha dele para o elenco?
O Ney é um ator, e usa isso da melhor forma no trabalho dele com música. Não foi uma escolha propriamente dita, foi um encontro. Ter ele no filme trouxe uma representação muito interessante pelo papel histórico que ele tem no questionamento dos padrões sexuais.

Você teve alguma influência para realizar essa obra?
Dentro do filme há uma referência visual a "Liberdade é azul" do Kieslowski. O cinema de poesia é o que me atrai. Pasolini, Tarkovski, Bertolucci, Godard são os que me fazem pensar e fazer cinema.

Como tem sido a recepção do público e critica do seu trabalho?
A repercussão de um curta-metragem ainda é bem reduzida, mas tenho recebido mensagens e lido alguns textos que fazem com que eu continue a fazer o que gosto.

Fale sobre os seus próximos projetos
Agora estou na preparação de um documentário sobre a Baby do Brasil, e trabalho com o Joel Pizzini no documentário que ele dirige sobre o Ney.

Comentários a acrescentar?
Acho importante dar um destaque grande ao Nildo Parente, que é um ator espetacular. A experiência dele com cinema é enorme, e acredito que este seja um filme especial para ele, que ganhou um prêmio pela carreira lá em Fortaleza a partir do “depois de tudo”. Assim como o Ney, foi muito corajoso de confiar num diretor estreante.

Assista a uma reportagem do programa Zoom na TV Cultura, a respeito do filme:


terça-feira, 18 de novembro de 2008

REC (2007)











Uma equipe de reportagem acompanha a patrulha noturna dos bombeiros. Quando recebem uma chamada, aparentemente cotidiana, para ajudar uma velha senhora que teve problemas em seu apartamento, ninguém imaginava que lá estava para acontecer algo inesperado..

Rec causou enorme polêmica na Espanha e agora está rodando todo o mundo e causando desconforto por onde passa, tanto que até ganhou uma regravação norte-americana (novidade!) que será lançada ano que vem.

Veja a reação do público: