A 80ª edição da maior premiação do cinema mundial (e bota mundial nisso) teve ótimas surpresas este ano.
Ao contrário do esperado, quem levou as principais categorias da cerimônia não foram as super estrelas de Hollywood, mas sim os astros do cinema mundial - em sua maioria do cinema independente. E o que isso quer dizer, afinal? Que academia está abrindo seu espaço para produções não hollywoodianas? Que o cinema mundial está crescendo? Ou as duas opções?
Analisando os vencedores das categorias temos: Daniel Day-Lewis (Sangue Negro) – melhor ator, ele é inglês. Marion Cotillard (Piaf – um hino ao amor) – melhor atriz, uma francesa. Javier Barden (Onde os fracos não tem vez) – melhor ator coadjuvante, o primeiro espanhol a vencer o Oscar, e ainda fez parte do seu discurso em língua nativa.Tilda Swinton (Conduta de Risco) – melhor atriz coadjuvante, uma inglesa estranha que bateu a favorita Cate Blanchett (Não estou lá), que por acaso é australiana. Uma bela mistura de nações, não?
A Academia não está apenas ‘abrindo espaço’ para os estrangeiros, a palavra que melhor define seria ‘reconhecimento’. Pegamos como exemplo o filme ‘Piaf – um hino de amor’, que além de trazer a ótima Marion Cotillard na pele da cantora francesa Edith Piaf, o filme, que venceu o Oscar de melhor maquiagem, é uma daquelas produções magníficas que não deixam a desejar.
Saindo um pouco do clima europeu, o filme ‘Onde os fracos não tem vez’, produção bem americana levou o prêmio máximo – melhor filme, em acirrada disputa com ‘Sangue Negro’ (que traz a ótima atuação de Daniel Day-Lewis) e ‘Desejo e Reparação’ – Além de melhor diretor (para os irmãos Coen), melhor roteiro adaptado, e o já citado aqui, ator coadjuvante, Javier Barden. Sobre isso, Prefiro não opinar. Não gosto do trabalho os irmãos Coen (sei que muita gente gosta, mas eu não, desculpem). Digo apenas que Javier Barden é fantástico.
O filme ‘Juno’ (o mais visto pelos brasileiros neste fim de semana) apesar de ser uma produção ‘americana’, é considerado como filme independente, ou seja, filme de baixo orçamento, diferente das super produções que estamos acostumados a ver.
No ano passado, ‘Pequena Miss Sunshine’ ocupou o lugar de ‘Juno’ na categoria filme independente da vez.
A principio, é só mais um daqueles filmes despretensiosos, sobre uma adolescente que engravida acidentalmente. Porém, a popularidade do filme foi crescendo tanto que, em uma votação por internet, o público colocou ‘Juno’ como favorito pelo prêmio de melhor filme.
Não venceu melhor filme, mas venceu melhor roteiro original para Diablo Cody – uma ex-stripper – e todo mundo parece que gosta de ressaltar a antiga profissão da roteirista. Além de ter recebido uma indicação de melhor atriz para a estreante Ellen Page (uma canadense, falando nisso, ta?).
Na categoria melhor animação venceu ‘Ratatouille’, sem grandes surpresas, já que era o favorito da categoria. ‘Ratatouille’ concorreu com a animação francesa “Persépolis’ que conta a história de uma garota que se muda para França após uma revolução no Irã (mistura de nações 2).
Já em Melhor Filme Estrangeiro o vencedor foi ‘The Counterfeiters’ da Áustria, que concorreu com filmes de Israel, Polônia, Rússia, e até o Cazaquistão - e nada de Brasil. O filme ‘O ano em que meus pais saíram de férias’ conseguiu chegar aos 9 finalista dos indicados a filme estrangeiro, mas ficou por lá mesmo. E nada de ‘Tropa de Elite’, que era o que o povão queria, mas esse, por sua vez, ganhou o Urso de Ouro no festival de Berlin (Berlinale), quer melhor?
Melhor mesmo foi o Oscar comemorando seu octogésimo aniversário com cenas históricas mostradas a todo momento, ou então os soldados do Iraque apresentando a categoria de melhor documentário curta-metragem, ou quem sabe a Cameron Diaz errando feio seu discurso, não conseguindo falar a palavra ‘fotografia’ (que era a categoria que ela apresentava), ou melhor ainda - os apresentadores escorregando em alguma coisa que havia no palco, que ninguém soube explicar o que era.
Para cortar um pouco do clima de ‘seriedade’, o Oscar contou com apresentações musicais dos filmes concorrentes em Melhor Canção Original. Os Músicos Glen Hansard - irlandês, e Marketa Irglova – da Tchecoslováquia, levaram o prêmio com a bela música “Falling Slowly’ do filme ‘Once’.
E para fechar o post eu indico aqui o vídeo da música ‘Falling Slowly’ (vídeo aqui) um dos vencedores desse 80ª Oscar, mais internacional do que nunca.
Veja a lista completa dos vencedores no site do Oscar.