quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Estréia nesta sexta: Across the Universe










Em complemento ao post anterior: Já que estamos falando de música, não pude deixar de comentar a estréia dessa sexta feira, Across the Universe.
Eu tive a oportunidade de assistir ao filme, na 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, mês retrasado.
Eu já tinha lido sobre o longa e me interessei bastante, assim que eu o vi na lista de filmes da Mostra anotei na agenda, não poderia perder essa.
A sessão foi no Cine Bombril (que fica no Conjunto Nacional, localizado na Avenida Paulista), cheguei umas duas horas antes porque - por experiência própria - eu já sabia que a sessão iria lotar (e realmente lotou); esperei um tempo na fila e entrei.
Falando sobre o filme: Basicamente é a história de dois amantes nos anos 60, época da guerra do Vietnã, do movimento hippie e das drogas alucinógenas. Como se não bastasse, todo o filme foi montado em cima das músicas dos Beatles (o que não quer dizer que o filme tenha algo relacionado com a biografia da banda, apenas utiliza as músicas como um artefato para contar histórias). O filme é dirigido por uma experiente diretora de peças da Broadway (Julie Taymor), nada mais propício, já que o filme em si é considerado como musical.
Assumo que a principio não me interessei muito em um filme que conta a história de dois amantes e aquela coisa toda, mas fiquei intrigada com a astúcia da diretora em fazer um filme com músicas dos Beatles, é realmente algo inovador e que precisa ser visto.
As músicas são cantadas na voz dos próprios atores, e a todo tempo somos levados pela trama através de claras menções aos Beatles, como por exemplo o nome dos personagens principais: Jude (interpretado por Jim Sturges) – alusão a música “Hey Jude”, e Lucy (interpretada por Evan Rachel Wood) – da música “Lucy in the sky with diamonds”.
O elenco principal é desconhecido, mas o longa também conta com participações de famosos do mundo da música, como: Joe Cocker - na minha opinião a melhor performance do filme - que canta “Come Together” vestido de mendigo (é necessário prestar muita atenção, ele está irreconhecível) ou o Bono Vox, da banda U2, que faz o papel do Dr Robert ; admito que nunca fui muito com a cara do Bono, mas ele criou um personagem muito interessante e divertido, tenho que elogiar.
Também a outras menções de artistas importantes dos anos 60. Como uma Janis Joplin negra e um guitarrista que é a cara do Jimi Hendrix.
Sai do cinema com aquela sensação que eu sempre tenho quando assisto a um bom filme; em algumas partes o filme se perde em cenas batidas, mas logo recompensa com as cenas de teor político (como os soldados americanos arrastando a estátua da liberdade no meio da floresta do Vietnã, ou a famosa imagem da menina vietnamita correndo sem roupa que é retratada no filme de uma forma única), e vale a pena é claro, pela música. Durante todo o filme, uma ótima seleção com canções dos Beatles acompanha a trama. Não poderia ser melhor que isso.
Essa é minha dica para o cineminha do final de semana. Para quem se interessou, dêem uma boa olhada no trailer:



Site oficial do filme

IMDB

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Os 30 anos sem Elvis Presley (sem?)





Nesse ano de 2007, “comemoramos” os 30 anos da morte de Elvis Presley, aquele cantor que virou um ícone mundial – um mito – uma lenda, que deu voz a uma geração, transgrediu os costumes de sua época, e iniciou algo que mudaria para sempre a história da música.
Foi por causa desse “aniversário” que eu escolhi “30 anos sem Elvis Presley” para ser o tema do rádio documentário da faculdade.
Eu poderia simplesmente entrar no Wikipédia e pegar toda aquela parte biográfica, os pontos altos e baixos da carreira, as músicas, os filmes, os prêmios - todas essas coisas batidas, e acabar ai o trabalho. Mas, caramba! É o Elvis Presley! O cara é muito mais do que esses fatos que você encontra em qualquer página da internet.
Resolvi, então, ouvir a voz dos fãs – eles conhecem o que precisa ser conhecido.
Tive a idéia de criar um tópico em uma comunidade de um site de relacionamentos (orkut) explicando o objetivo do meu trabalho e pedindo ajuda dos fãs. No mesmo dia obtive respostas de fãs que querem ser ouvidos e que estão dispostos a ajudar qualquer pessoa que esteja disposto a falar sobre o ídolo deles.
Entrei com contato com muitas pessoas, entre membros de fã clubes, músicos que encontraram inspiração no Elvis, cantores cover, e pessoas normais com uma paixão em comum.
Pessoas como Walteir (que deu a luz ao fã clube “Gang Elvis”, existente desde maio de 1967), um senhor com uma coleção de materiais do cantor de dar inveja a qualquer fã, e que todo ano faz o sacrifício de ir até Memphis (nos Estados Unidos) visitar a mansão de Elvis Presley – Graceland.
Falando ainda sobre o “Gang Elvis” - conversei com Laerte Machado, um dos membros desse fã clube, foi o criador de uma idéia inovadora que eu achei muito interessante: o “Disc’Elvis”, onde pelo telefone ((11) 9868.3231) você pode esclarecer suas dúvidas e pedir qualquer informações sobre o cantor.
Vale a pena citar outro fã clube, o “Elvis Triunfal”. Criado por Marcelo Neves e com cerca de 200 membros, o fã clube realiza encontros de fãs, shows com covers do Elvis, e tem uma revista fanzine mensal, especialmente para os membros do clube.
Os fãs que freqüentam esses encontros vão não só pelo fato de dividir com outras pessoas a paixão pelo ídolo, mas principalmente por causa dos shows covers - uma forma de ver Elvis ao vivo, mesmo que seja de mentirinha. Dos muitos covers encontrados por ai Edson Galhardi, é considerado um dos principais e melhores do Brasil. Edson faz apresentações desde 1985, sendo considerado o cover de Elvis mais antigo do país. Freqüentemente faz shows em encontros de fã clube, e também faz shows por todo o Brasil, até em programas de TV, como uma apresentação no programa “Fantástico” da Rede Globo.
Mas foi na conversa com fãs que nada mais são do que pessoas como qualquer outra, que descobri coisas incríveis. Engraçado isso, você pensa que alguém como Elvis Presley não tem nada a ser descoberto; parece que você já sabe tudo sobre ele, e a verdade mesmo é que você não sabe de nada.
Foi conversando com Ana Caruso que descobri, por exemplo, que Elvis gravou uma bossa nova composta por Luis Bonfá chamada Almost in Love; que o “Rei do rock” ganhou seu Grammy com um álbum gospel; descobri também das habilidades de Elvis nas artes marciais. Uma das grandes surpresas pra mim foi saber que Elvis Presley tentou dar inicio a um documentário sobre caratê em 1974 (que não foi terminando). Veja um vídeo bem interessante do cantor praticando artes marciais - Aqui.
Soube também de algumas pequenas curiosidades como o porque daqueles óculos enormes que ele usava (que era na verdade, devido a uma deficiência visual), a gola dos macacões que Elvis usava porque não gostava do pescoço dele, que de inicio ele era loiro, entre outras curiosidades.
O mais interessante de tudo foi o lado humano de Elvis que passei a conhecer; ao perguntar a Marcelo Neves do “Elvis Triunfal” sobre o que as pessoas precisam saber o seu ídolo, ele me respondeu: “Enquanto vivo Elvis ajudava 50 instituições de caridade todos os anos. Fez dezenas de shows beneficentes para ajudar vitimas de furacões, doentes de câncer, portadores de paralisia infantil etc. Elvis comprou um iate chamado Potomac que era de um ex-presidente americano para ser leiloado para a caridade, mas poucas pessoas sabem disso. O primeiro show via satélite da história foi com Elvis em 1973 e sua renda destinada ao combate do câncer.”. Informações como essa a imprensa prefere deixar de lado para falar do lado polêmico dele: os últimos anos de sua vida (o problema com as drogas) e claro, a sua morte.
E é justamente a morte de Elvis que mais intriga; não me refiro a morte física, mas sim ao Elvis que está entre os fãs e que parece ser eterno. Afinal, é assim que Elvis vive, através de seus fãs e na sua importância no mundo da música que influenciou milhares de artistas de variadas épocas, como Beatles, Rolling Stones, Bob Dylan, e até o Strokes: reparem no vídeo de “Last Nite” - as luzinhas vermelhas com o nome da banda remetem ao “Comeback Special” que Elvis Presley gravou em 1968, e que para muitos fãs, é o melhor registro do astro.
Acho que tudo se resume nas palavras de Vanderson Caetano (um dos primeiros fãs que eu tive contato): “O Corpo de Elvis Morreu. Mas as músicas, os seus feitos, e o carinho que milhares de pessoas sentem por ele nunca morrerá. Mesmo que o tempo passe, ele nunca será esquecido, pois Elvis pode ter morrido, mas ele continua sendo eterno dentro de cada um de nós!”
E vida longa ao rei..