
E deu zebra na 82ª edição dos prêmios “Oscars” da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, realizado na madrugada deste domingo (7) para segunda-feira (8), em Los Angeles, Califórnia. Com vitória de lavada de “Guerra ao Terror”, da cineasta Kathryn Bigelow, a edição 2010 ficou dividida entre surpresas e prêmios já esperados.
Além de melhor filme, “Guerra ao Terror” trouxe o Oscar para sua realizadora, que entrou para a história da premiação como a primeira mulher vencedora desta categoria, ótimo pretexto de comemoração para o Dia das Mulheres.
“Avatar”, do cineasta James Cameron, o mesmo de “Titanic”, teve que se contentar com apenas três estatuetas (direção de arte, fotografia e melhor efeitos visuais) das nove que estava concorrendo.
Os prêmios de atuação não surpreenderam tanto. Jeff Bridges, como esperado, levou melhor ator por “Coração Louco”, assim como o vilão Christofer Waltz de “Bastardos Inglórios”.
Em uma das principais disputas da noite, Sandra Bullock e Meryl Streep se ‘enfrentaram’ e dividiram opiniões até o último segundo, quando Bullock foi premiada por seu trabalho em “Um Sonho Possível”. Na categoria atriz coadjuvante Mo’Nique, favorita, venceu com seu primeiro papel para o cinema.
Contrariando as expectativas, o alemão “A Fita Branca”, já tido como vencedor, desapontou, e deixou a estatueta para o argentino “O Segredo do seus Olhos”. O prêmio de animação, porém, não surpreendeu. O inteligente “Up! – Altas Aventuras” levou, como todos nós já sabíamos. Confira outros detalhes da grande festa do cinema.
O grande vencedor
O termo que designa os “azarões”, em disputas como o Oscar, não pode ser totalmente atribuído ao filme dirigido por Kathryn Bigelow, afinal, sua vitória já era parcialmente esperada.
A rotina perigosa dos desarmadores de bombas, utilizando o conflito no Iraque como pano de fundo da trama, já havia acumulado boa parte dos prêmios durante a temporada das chamadas premiações Pré-Oscar: Globo de Ouro, Independent Spirt Awards , Bafta da Inglaterra e o SAG, do sindicado dos atores, são alguns exemplos.

Bigelow com os apresentadores da noite: Alec Baldwin e Steve Martin
Foram com 16 troféus contra nove de “Avatar” em premiações diversas e festivais de cinema. Mas, para ter nas mãos o principal prêmio de todos, “Guerra...” teria que explodir um forte candidato. E não foi fácil. Avatar era o atual recordista de bilheteria no mundo, e também concorria com nove indicações nas categorias do Oscar 2010.
Ficções cientificas como ‘Avatar’ não costumam a saírem vencedora dos eventos da Academia (Vale destacar os megas sucessos de bilheteria “Star Wars”, de George Lucas e “ET”, de Steven Spielberg – indicados e não-premiados). Mas os números, até então, estavam a seu favor.
Em comparação, “Avatar” já faturou mais de US$ 700 milhões (cerca de R$ 1.250 milhões) somente nos Estados Unidos, enquanto que “Guerra ao Terror”, nas mesmas análises, arrecadou “apenas” US$ 12,6 milhões (aproximadamente R$ 22,460 milhões) para as bilheterias norte-americanas. Apesar da diferença, a soma não é nada mal para o filme de Bigelow, que foi realizado com pouco orçamento.
Além de filme e direção, “Guerra...” também venceu melhor roteiro original, melhor edição de som, melhor mixagem de som e melhor montagem.
Assistida pelo ex-marido James Cameron, sentado na plateia, Bigelow dedicou seu prêmio as “mulheres e homens militares que arriscam vidas diariamente, no Afeganistão e no mundo inteiro”, e ainda desejou que “pudessem voltar para casa são e salvos”.
Batalha dos atores
Sandra Bullock definitivamente foi o destaque. Após seus 20 anos de carreira, recheado de comédias românticas e sem nenhum reconhecimento, a atriz levou a melhor por “Um Sonho Possível”, derrotando veteranas como Helen Mirren e Meryl Streep.
Ironicamente, a premiação do Framboesa de Ouro (os piores do Oscar, que ocorre às vésperas da grande noite do Oscar) “agraciou” Bullock com o título de pior atriz por seu trabalho em "Maluca paixão", o qual também produziu.
Bullock e Bridges com a estatueta dourada
No palco do Oscar, Bullock muito emocionada agradeceu, primeiramente, a Academia por “dado a oportunidade de viver uma vida maravilhosa nestes últimos meses”. Sempre brincalhona, ela não deixou de fazer piada acerca da acirrada disputada com Streep.”Você beija muito bem!”, disse, relembrando o momento de empate na premiação do Critics’ Choice, que acabou em selinho entre as duas intérpretes.
O resultado foi que Meryl Streep não precisou receber a estatueta para sair ‘vencedora’ do evento. Interpretando a famosa apresentadora de programa culinário Julia Child”, Streep atingiu 16 indicações ao Oscar (ganhou duas vezes). Um recorde na história da premiação já que Katharine Hepburn, que detinha a marca anterior, somou 12 indicações.
Despontando como favorito, o ator Jeff Bridges “abocanhou” todos os prêmios da temporada 2010, quase não deixando dúvidas sobre sua vitória final. Por seu cantor de country alcoólatra e decadente de “Coração Louco”, Bridges recebeu sua [primeira] estatueta dourada, confirmando seu favoritismo. O ator foi aplaudido de pé, e agradeceu os membros da Academia assim que subiu no palco, e também aos parceiros da produção.
Na categoria melhor ator, nada de extraordinário. Christoph Waltz, merecidíssimo na pele do impiedoso nazista Hans Landa, em “Bastardos Inglórios”, de Quentin Tarantino, levou. Como era esperado, Waltz trouxe a única estatueta para a produção sangrenta - do que jeito que Tarantino gosta, e que tem como protagonista o galã brad Pitt.
O Globo de Ouro, o Independent Spirit Award e o Bafta já haviam premiado Mo'Nique por seu trabalho no longa-metragem “Preciosa”. Nada mais justo do que um repeteco no Oscar.

Waltz premiado pelo vilão Hans Landa de "Bastardos Inglórios"
Em seu primeiro trabalho como atriz, Mo’Nique, que é conhecida nos Estados Unidos como apresentadora de televisão, impressionou a crítica com sua personagem forte: uma mãe rigorosa com a filha traumatizada por abusos sexuais.
Demais premiados
Outra categoria que é bem esperada na premiação é o de melhor filme estrangeiro, que neste ano foi surpreendente. Contrariando todas as apostas, O favorito – o alemão “A Fita Branca”, de Michael Haneke - deu vez a produção argentina “O Segredo do seus Olhos”, de Juan José Campanella.
“Up! – Altas Aventuras” correspondeu às expectativas e levou o prêmio de melhor animação. Assim como melhor figurino para o filme de época “The Young Victoria”, ainda sem lançamento no Brasil, que confirmou seu favoritismo.
“Preciosa” levou melhor roteiro adaptado, indo contra apostas de alguns críticos que cantavam vitória para “Amor sem Escalas”, de Jason Reitman (roteirista de “Juno”).
Para melhor canção original, que neste ano não contou com os números musicais no palco na tentativa de encurtar tempo de exibição, levou “The Weary Kind" de “Coração Louco”.
“The Cove”, sobre ativistas contra caça de golfinhos no Japão, ganhou como melhor documentário.

Equipe de "The Cove", vencedor de melhor documentário
Entre as atrações teve homenagem a John Hugers, que faleceu em agosto de 2009, roteirista/diretor de clássicos cinematográficos da década de 80 como “Curtindo a Vida Adoidado”, “Clube dos Cinco” e “Esqueceram de Mim”. A celebração teve direito a Macaulay Culkin, que andava sumido no mundo dos famosos, presente no palco.
Como acontece todo ano, a Academia ainda lembrou das personalidades que contribuíram para o mundo da sétima arte, e que nos deixaram esse ano. No telão foram homenageados artistas Patrick Swayse, David Carradine, Brittany Murphy, entre outros.
(Karen Lemos - Famosidades/MSN)
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