
13 de agosto 1899. Há exatos 110 anos, nascia um dos maiores ícones que o cinema já conheceu. Sir Alfred Joseph Hitchcock, mais conhecido por Alfred Hitchcock, ou simplesmente o “Mestre do Suspense”, como o próprio se autodenominava. O apelido não era só um slogan para atrair atenção, mas também faz juz ao estilo de cinema criado por esse genial diretor, de personalidade forte, domínio de técnicas e, claro, muita criatividade.
Muitos podem indagar ao ouvir seu nome, Hitchcock não ficou marcado na história pela pessoa que era, mesmo se tratando de uma personalidade curiosa, e sim, por clássicos que deixou entre os seus quase 70 filmes produzidos ao longo da carreira. Mesmo para quem não é fã das escuras salas de cinema, com certeza já viu esta cena memorável - uma mulher tomando banho, uma mão segurando a faca, suspense, a mão misteriosa abre as cortinas do chuveiro, a mulher grita, o sangue escorre pelo ralo. Tudo isso ao som de um dos temas que mais marcaram na história do cinema.
A cena, interpretada por Janet Leigh, é o marco de “Psicose”, filme de 1960 que consagrou seu idealizador como um mestre do gênero. Até hoje essa sequência é lembrada e recriada, em forma de paródia ou como uma singela homenagem, pelo cinema contemporâneo. O estilo “claustrofóbico” criado por Hitchcock mantém sua influência e, sem muito procurar, é possível descobrir uma série de vestígios da sua arte no que temos de mais atual na produção cinematográfica.
A imagem do homem encorpado, sempre bem vestido e que, por vezes trazia um corvo posado em seu ombro, foi virando lenda ao longo dos anos. Era o retrato de um gênio que adorava tirar o fôlego de seu público, e atiçar a curiosidade dos telespectadores com suas frequentes aparições dentro de seus filmes. Confira um pouco mais dessa lenda.
Trajetória
Sua paixão pelo cinema começou cedo, aos 21 anos. Nascido em Leytonstone, Londres, Hitchcock teve seus primeiros contatos com o universo da sétima arte quando fazia os cartazes das falas em filmes mudos daquela época, isso ocorreu no seu primeiro emprego na área, já na Paramount Pictures, grande estúdio de Hollywood.
Foi lá que o aprendiz a cineasta foi lecionado com o básico sobre direção, além de outros ensinamentos que obteve com edição e produção de roteiros. Mesmo com tamanha bagagem cultural, um diretor não é genial se não tiver idéias criativas, e isso, Hitchcock tinha de sobra, era só uma questão de oportunidade e tempo para poder provar seu talento.
A oportunidade logo chegou. Em 1925, após os donos dos estúdios perceberem que da cabeça do aspirante poderia sair coisa boa, conseguiu produzir seu primeiro filme “The Plesure Garden”, mas foi no ano seguinte que obteve merecido destaque com “The Lodger”. Neste longa, baseado nas histórias de morte do famoso Jack, O Estripador, o cineasta deu início ao que de melhor sabia fazer nas telas: suspense, gênero que o consagrou.
Um suspense refinado
Em 1939, Hitchcock se mudou para os Estados Unidos, onde deu início a uma produção cinematográfica de grandes obras que o levaram para o auge do seu reconhecimento.
Sua estreia, em grande estilo, foi com “Rebecca – A Mulher inesquecível”, que de cara recebeu o prêmio Oscar de melhor filme naquele ano. Mas foi em clássicos como “Janela Indiscreta” e “Psicose” que Hitchcock personificou o seu estilo único de fazer cinema.
Sem os litros de sangue que os filmes de horror normalmente apresentam em sua composição, o Mestre do Suspense trazia uma trama que prendia o espectador dentro de um clima incômodo e tenso, com os cenários sombrios e a música forte, que só mesmo o cineasta conseguia reproduzir. O segredo era deixar o público avisado de todos os perigos que o personagem iria passar. Aos poucos, a platéia acompanhava, ansiosamente, o desdobramento da história.
Os roteiros assinados por Hitchcock, aliás, eram por si só nada convencionais. Uma pacata cidade atacada por pássaros violentos em “Os Pássaros”, de 1963; uma secretária se esconde em um hotel onde ocorre uma série de mistérios em “Psicose”, de 1960; um policial que sofre de acrofobia é encarregado de vigiar uma jovem com tendências suicidas em “Um Corpo que Cai”, de 1958; fatos estranhos acontecem em frete da janela de um fotógrafo engessado em “Janela Indiscreta”, de 1954; marido planeja a morte de sua mulher para herdar fortuna e vingar-se de uma antiga traição em “Disque M para Matar”, de 1954; isso só para citar alguns exemplos do vasto universo do Mestre do Suspense.
Outra característica bem “hitckcockiana” em suas produções foram as famosas “pontinhas” do diretor em suas obras, o que, mais tarde, se tornou um verdadeiro passatempo para seus fãs, que analisavam meticulosamente cada cena de seus filmes, a procura das participações do ídolo.
Por esse motivo, teve a oportunidade de tocar seu próprio programa de televisão, o “Alfred Hitckcock’s Presents”, que comandou entre os anos 1955 até 1962. No repertório, é claro, entravam somente histórias recheadas de mistérios, que ganhavam ares ainda mais sombrios com a introdução do ilustre apresentador.
Influência ao longo dos anos
Vitimado por insuficiência renal, Hitchcock faleceu em 29 de Abril de 1980. Os frutos deixados por seu trabalho permanecem ativos nas mãos de grandes diretores contemporâneos, que não se cansam de homenagear o mestre.
A linguagem inconfundível de Hitchcock, hoje, pode ser vista presentes em produções de diretores como George Romero, Quentin Tarantino e M. Night Shyamalan; cineastas que normalmente abordam histórias com muito mistério em sua fórmula. Shyamalan, por exemplo, faz uso constante da técnica de prender o espectador dentro de um suspense, que aos poucos vai se revelando, enquanto a trama se desenvolve.
Uma forma mais refinada de fazer cinema também pode ser encontrada, ainda que de forma menos direta, nos trabalhos de Francis Ford Coppola, Mel Brooks e Brian De Palma, só para citar alguns entre tantos outros profissionais.
Para se ter idéia da importância deixada pelo nosso homenageado, é possível encontrar vestígios de Hitchcock até em histórias em quadrinhos. A Turma da Mônica, aqui do Brasil, também foi “vítima” da influência do Mestre do Suspense. O personagem Bidu, um simpático cachorro da publicação, chegou a interpretar alguns personagens famosos dos filmes de Hitchcock em uma das tirinhas de Mauricio de Souza.
Filmes Célebres
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(Karen Lemos - Famosidades/MSN)
Um comentário:
Mas é uma orgulhosa mesmo... tirou a primeira parte... ahuhuahua
Mas tá ótimo!!
E eu fui o primeiro a dizer que ficou orgulhoso do seu trabalho, hein. uhuu
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