2 de maio de 1968. A universidade de Nanterre, na França, é fechada devido aos estudantes que invadiram o local para protestar contra a burocracia da rede ensino francês. Esse foi o estopim para o que ficaria conhecido como as revoltas de 1968.
Com o fechamento da Universidade, os estudantes de Nanterre ganharam as ruas, apoiados por outros estudantes indignados. Logo, os trabalhadores dos sindicatos franceses aderiram a causa e cruzaram os braços. As fábricas entraram em greve geral e cerca de 2/3 dos trabalhadores da França cobravam melhorias do governo. Juntando os estudantes, trabalhadores e milhares de pessoas nas ruas, não é de se espantar que essas manifestações ganhassem o mundo.
Através dos meios de comunicação de massa, os protestos chegaram a proporções grandiosas, atingindo principalmente a cultura. Artistas de todo o mundo apoiavam o movimento; se não fosse por 1968 nunca conheceriamos "Revolution" dos Beatles, ou então "Street fighting man" (que traduzindo para o portugês seria algo como "homem das lutas de rua" - referência clara as manifestações de rua da época), dos Rolling Stones, além de outras referências na música como Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Doors, e muitos outros.
No cinema também houve mudanças; os cineastas franceses Jean Luc Godard e François Truffaut - principais nomes da "Nouvelle Vague" - não teriam o destaque que tiveram se não fosse pelo 1968; Godard chegou a boicotar o Festival de Cannes da época, em prol aos movimentos estudantis.

Aqui no Brasil estavamos mais do nunca longe da esperança pela democracia. Com o regime militar, estudantes protestavam nas ruas e davam inicio a grupos revolucionários de esquerda; o mais conhecido deles é o MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) - que ficou famoso pelo sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, no dia 4 de setembro de 1969.
As manifestações da população e a censura do regime foram o ponta pé inicial para o movimento tropicália, a contracultura no Brasil, trazendo artistas como Caetano Veloso que, unido aos Mutantes, conclamavam "É proibido proibir", e também Chico Buarque e Gilberto Gil com a descarada "Cálice"; enquanto isso, os estudantes entonavam "Caminhando e Cantando", de Geraldo Vandré - de braços dados na rua - assim como era feito na França.

Para saber mais sobre o assunto recomendo "1968 - O Ano que não terminou", do jornalista Zuenir Ventura.
Aqui estão alguns links interessantes:
Especial do G1 sobre o movimento
Fotos das manifestações
As músicas que influênciaram na época
Livros e filmes sobre 1968 no Brasil
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